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Itaú BBA corta preço-alvo das ações do Nubank

BBA considera que mesmo com alto potencial, o Nubank enfrenta desafios que reduzem a atratividade do papel

Itaú BBA corta preço-alvo das ações do Nubank
Fachada de escritório do Nubank. Foto: Divulgação Nubank
  • O BBA considera que mesmo com alto potencial de crescimento, o Nubank enfrenta desafios que reduzem a atratividade do papel, ao menos nos preços atuais.

(Matheus Piovesana) –  O Itaú BBA cortou de US$ 7 para US$ 6,60 o preço-alvo para as ações do Nubank, negociadas na Bolsa de Nova York, e manteve recomendação ‘underperform’ (desempenho abaixo da média do mercado). O novo preço é 1,2% menor que o do último fechamento.

“Nossas estimativas para 2022 mudaram especialmente para uma margem financeira mais forte com melhores volumes e resultados de tesouraria. Esta tendência é compensada por despesas maiores com provisões, dado que esperamos uma deterioração mais rápida que o esperado na qualidade dos ativos”, afirmam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard.

O BBA considera que mesmo com alto potencial de crescimento, o Nubank enfrenta desafios que reduzem a atratividade do papel, ao menos nos preços atuais. O banco calcula que a US$ 6,70, a ação negocia a 7 vezes o valor patrimonial, 14 vezes as vendas e a US$ 430 por cliente esperado no final do ano.

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Em termos operacionais, o banco afirma que a piora na inadimplência foi precificada de modo parcial, mas ainda deve começar a aparecer. “Dados marginais sugerem que pode ser mais rápida e mais forte do que anteriormente esperado; o primeiro trimestre será crucial”, escrevem os analistas.

Neste ano, o BBA espera que a inadimplência da carteira do Nubank, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, seja de 5,5%; a estimativa anterior era de 5,3%. A percepção é de que o neobanco terá uma deterioração menor que a dos pares, mas pode ser obrigado a pisar no freio da originação, o que afeta diretamente as expectativas de que passe a dar lucro já em 2023.

No primeiro trimestre, a estimativa é de que o Nubank terá prejuízo líquido de R$ 176 milhões, ao mesmo tempo em que a carteira de crédito chegará a R$ 42 bilhões, e a base de clientes, a 59 milhões.

Leduc, Raffaelli e Barranjard ressaltam que o lock-up das ações para grandes investidores e funcionários deve acabar em 7 de junho, o que pode gerar temores de que grandes lotes do papel cheguem ao mercado, reduzindo o preço de tela. Os analistas afirmam, porém, que este é um fator que desperta menor preocupação.

De acordo com eles, ativos brasileiros devem receber maior atenção de investidores globais, dado que o País pode ser uma das primeiras grandes economias a reduzir a taxa básica de juros, aumentando o crescimento. Isto ajudaria o Nubank a endereçar os principais desafios cíclicos que enfrenta.

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