- 2024 pode marcar a reversão de um cenário que vinha se desenhando nos últimos anos, com os bancos centrais mundiais brigando contra a inflação
- Para Jim Cielinski, chefe global de renda fixa da Janus Henderson, a matemática sugere uma perspectiva mais recompensadora para a classe de ativos em 2024
- O entendimento da gestora global é que com a possível redução de juros nos EUA a relação de risco e retorno está assimétrica, compensando o investimento
2024 pode marcar a reversão de um cenário que vinha se desenhando nos últimos anos, quando os bancos centrais mundiais, incluindo os de países desenvolvidos, travaram uma briga contra o aumento da inflação. Depois de um ciclo de aperto monetário que elevou taxas de juros a patamares há muito tempo não vistos pelo mundo, um momento mais favorável pode estar se aproximando.
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Para Jim Cielinski, chefe global de renda fixa da Janus Henderson, a matemática sugere uma perspectiva mais recompensadora para a classe de ativos em 2024 – um ano que deve ser marcado pelo início dos cortes na taxa de juros dos Estados Unidos.
O entendimento da gestora global é que a relação de risco e retorno está assimétrica, compensando o investimento.
De maneira geral, os preços dos títulos de renda fixa nos EUA se movem inversamente à mudança em seus rendimentos. Quando os rendimentos caem, os preços dos títulos sobem e vice-versa. “Os rendimentos dispararam nos últimos três anos, mas, aparentemente atingindo seu pico, pensamos que as perspectivas para os títulos em 2024 parecem cada vez mais promissoras”, diz Cielinski.
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Depois de elevar a taxa de juros americanas para o maior patamar em décadas, entre 5,25% e 5,5% ao ano, o Federal Reserve reconheceu, ao final de 2023, que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim. Se o nível de atividade econômica continuar sob controle, o mercado espera que a instituição inicie as reduções de juros já no primeiro semestre do ano. Como contamos nesta reportagem, essa expectativa levou os mercados acionários globais a um rali no fim do último ano, incluindo o Brasil.
A Janus Henderson analisou o retorno total do Tesouro dos EUA de 10 anos em diferentes ciclos de aperto monetário passados. Ainda que retorno passado não seja garantia de retorno futuro, os gráficos mostram que os títulos se saíram bem após o fim das altas na taxa de juros.
“Dada a nossa expectativa de que os bancos centrais começarão a reduzir as taxas no próximo ano, a parte mais curta da curva de rendimento deve ver os rendimentos diminuírem. Durante 2023, a curva de rendimento permaneceu invertida – os títulos de curto prazo renderam mais do que os de longo prazo”, explica o chefe global de renda fixa da Janus.
Segundo ele, a inversão diminuiu no segundo semestre de 2023 e é provável que 2024 traga curvas de rendimento mais normais, ascendentes, com títulos de curto prazo rendendo menos do que os de longo prazo. Para Cielinski, isso provavelmente terá implicações para a alocação, com os investidores mais interessados em rendimentos de longo prazo.
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