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- Executivos estão entregando lucratividade aos acionistas, mas as incertezas fazem o mercado ficar nervoso
- Receita líquida das empresas analisas no 1º trimestre foi de R$ 805,9 bilhões
- As companhias também desembolsaram mais dividendos, que cresceram 20%, ou R$ 23,9 bilhões
As empresas não financeiras de capital aberto listadas na B3 demostraram maior eficiência no comparativo dos resultados apresentados na temporada de balanços do primeiro trimestre de 2024, contra igual período do ano passado.
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O lucro das companhias subiu 7,66% na comparação, mesmo registrando um crescimento de apenas 1,84% nas vendas, percentual que não supera a inflação do período de 3,93% até março.
Os dados da Elos Ayta Consultoria comparam os balanços trimestrais de 294 empresas, apresentados nesta temporada, com os resultados apresentados no primeiro trimestre de 2023.
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“Os administradores de empesas de capital aberto estão fazendo um trabalho bem feito”, diz Einar Rivero, sócio-fundador da consultoria e colunista do E-Investidor. “Estão tirando leite de pedra e entregando lucratividade aos acionistas, mas as incertezas fazem o mercado ficar nervoso e sabemos que 50% do movimento da Bolsa é do investidor estrangeiro”, comentou, referindo-se a movimentos de intervenção nas empresas, a exemplo das últimas notícias envolvendo a Petrobras.
A estatal, aliás, foi desconsiderada da avaliação, assim como a Suzano. As duas registraram uma variação negativa muito elevada nos resultados de um trimestre para o outro (-37,9% e -95,8%, respectivamente), o que acabaria distorcendo a amostra.
A receita líquida das empresas analisadas no 1º trimestre de 2024 foi de R$ 805,9 bilhões, valor superior ao de 2023 em 1,84% (R$ 791,4 bi). O lucro operacional Ebit de R$ 105,4 bilhões, obtido antes dos encargos financeiros (com juros e variação cambial) mostrou crescimento de 2,8%.
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O resultado financeiro, item que normalmente penaliza o resultado das empresas devido à influência do dólar, teve pouco impacto no resultado neste primeiro trimestre (-0,03%). Isso aconteceu porque a variação cambial negativa de 2,63% do primeiro trimestre de 2023 foi compensada pelo movimento positivo deste ano.
"As empresas de capital aberto têm dívidas em moeda estrangeira e, quando há uma variação significativa do dólar, isso penaliza o lucro operacional. Mas neste período não teve impacto", observou Rivero.
Companhias pagaram mais dividendos no 1º trimestre
O estoque de dívida bruta cresceu bem acima da inflação em 9,4% mas a dívida líquida não subiu tão forte, em 5,7%. Segundo Rivero isso foi resultado de empresas mais líquidas, fechando o semestre com R$ 576,8 bilhões em caixa, um valor 17,7% maior que o registrado 1T23.
Esse movimento pode indicar companhias com operações mais estáveis e também com menos disposição para investir, devido a um cenário macroeconômico mais desafiador.
Com mais dinheiro em caixa, as companhias também desembolsaram mais dividendos, que cresceram 20%, ou R$ 23,9 bilhões. Esse número se refere aos rendimentos efetivamente pagos aos acionistas durante os últimos 12 meses. Foi um acréscimo de R$ 4 bilhões em relação ao dividendos distribuídos no mesmo período de 2022 /2023.
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Finalizando a análise, as margens melhoraram um pouco nestes três primeiros meses de 2024, com crescimento de 0,49 pontos na margem bruta (24,3%), 0,12 ponto na margem operacional Ebit (13,1%) e 0,29 pontos na margem líquida (5,4%). O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), no entanto, registrou uma queda de 1,65 pontos (11,7%, contra 13,3% do 1T23).
Análise por setores
Os setores que mais contribuíram com o resultados positivos foram os de Alimentos Processados (9 empresas), Transporte (15), Gás (3) e Serviços médico-hospitalares e diagnósticos (9), registrando, respectivamente, uma diferença positiva de lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, R$ 3,7 bilhões, R$ 2,2 bilhões e R$ 1,0 bilhão.
Os setores que mais puxaram a média para baixo foram a Agropecuária (8 empresas), Exploração de imóveis (11), Químicos (6), Mineração (4), Telecomunicações (7) e Siderurgia e metalurgia (7). Seus lucros caíram respectivamente em R$ 3,9 bilhões, R$ 2,9 bi, R$ 1,8 bi, R$ 1,4 bi e R$ 1,0 bi.
Contando com as duas empresas que distorcem o resultado final, Suzano e Petrobras, as 296 empresas não financeiras da Bolsa registraram uma diferença de lucro de -R$ 16,4 bilhões (-19,6%) em relação ao 1T23.
Já as 30 empresas financeiras tiveram um acréscimo de R$ 4,3 bilhões nos lucros, ou 14% a mais, sendo R$ 3,6 bilhões (13,6%) de 18 bancos e R$ 666 milhões (16,4%) das 12 Seguradoras e Corretoras de seguros e resseguros.
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Totalizando as 326 empresas de capital aberto na B3, o lucro foi menor em R$ 12,1 bilhões (-10,6%).