Mercado

Estatais caem, mas Ibov sustenta alta no primeiro pregão pós-eleição

Mercado repercute a eleição de Lula, com quedas nas estatais, mas altas nos setores de educação e construção

Estatais caem, mas Ibov sustenta alta no primeiro pregão pós-eleição
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante votação do segundo turno (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)
  • O primeiro pregão após o resultado das eleições está cumprindo a volatilidade esperada pelo mercado financeiro
  • O Ibovespa abriu a segunda-feira (31) após o segundo turno que confirmou a vitória de Lula com queda, mas na primeira hora do pregão o sinal se inverteu
  • Na ponta negativa, as estatais BB e Petro. Na positiva, setores de varejo, construção, educação e saúde

O primeiro pregão após o resultado das eleições está volátil, como esperado pelo mercado financeiro. O Ibovespa abriu a segunda-feira (31) após o segundo turno que confirmou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com queda de 1,65% aos 112.653,90 pontos às 10h09. Às 11h01, porém, o sinal se inverteu e o índice de referência da bolsa brasileira subia 1,94% aos 116.763,47 pontos.

A alta é uma surpresa positiva em meio a um pregão cuja expectativa era majoritariamente negativa. “O mercado não considerou a eleição de Lula um fracasso. Acredito que as quedas estão mais amenas do que o mercado imaginava”, destaca Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

O bom desempenho foi sendo conquistado à medida em que as quedas nas ações das estatais de grande peso no índice, Petrobras e Banco do Brasil, foram reduzidas. Às 11h17, PETR4 cedia 4,67%, PETR3 caía 3,91%. Veja nessa reportagem o desempenho da petroleira e os motivos detalhados para a queda. BBAS3 tinha queda de 1,83% no mesmo horário, liderando a ponta negativa da B3.

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“São empresas que, com o Lula eleito, a chance de privatização vai praticamente para zero, enquanto a chance de intervenção governamental aumenta significativamente. Por isso essa queda está acontecendo hoje”, diz Felipe Simões, economista e diretor da WIT Asset.

Na ponta positiva, a vitória petista nas eleições apoia altas em ações de varejo, educação, saúde e construtoras. Às 11h17, na ponta positiva do Ibovespa, CVC (CVCB3) avançava 7,65%, Cogna (COGN3) tinha alta de 7,23% e Hapvida (HAPV3) subia 6,40%. “As empresas que mais se beneficiam [com Lula] são justamente as educacionais, com a possível volta do FIES, e construtoras voltadas para baixa renda, com a volta de programas direcionados à construção para essas pessoas”, afirma Simões.

A perspectiva ao longo do dia ainda é de volatilidade. O presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições, ainda não se manifestou e Lula não deu qualquer sinal sobre composição de ministérios. Notícias que podem voltar a movimentar a bolsa de valores não só nesta segunda-feira, mas ao longo da semana.

“O movimento que vemos hoje é operação de notícia, ainda não sabemos exatamente como vai ser o modelo de governo”, diz Mario Goulart, analista de investimentos e criador do canal ‘O Analisto’. “O dia está confuso, muita pessoa física se assusta e sai vendendo posição e as ofertas começam a aparecer”.

Outra estatal, a Eletrobras (ELET6), deu início ao pregão desta segunda-feira em queda, mas dois fatores tiraram o foco das eleições e fizeram a ação subir nesta segunda-feira, como está detalhado nesta reportagem.

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