Mercado

Por que o Magalu (MGLU3) foi a única varejista a ser recomendada pelo BB Investimentos?

Analistas dizem que somente as ações da empresa estão atrativas no setor varejista

Por que o Magalu (MGLU3) foi a única varejista a ser recomendada pelo BB Investimentos?
Magazine Luiza. (FOTO: FELIPE RAU/ESTADAO)

O Magazine Luiza (MGLU3) foi a única varejista a receber recomendação de compra pelo BB Investimentos em relatório divulgado na última terça-feira (4). A recomendação do banco é neutra para os papéis de Natura (NTCO3)Lojas Renner (LREN3) e Raia Drogasil (RADL3). Já para o Grupo Casas Bahia (BHIA3), a recomendação é de venda.

A recomendação do Magalu é de compra porque a empresa tem apresentado um crescimento nas margens e um aumento na posição de caixa no primeiro trimestre de 2024. Entre janeiro e março deste ano, o Magazine Luiza registrou um lucro líquido de R$ 27,9 milhões. A recomendação para o Magalu é de compra com preço-alvo de R$ 36,80, uma potencial alta de 201,8% em relação ao fechamento de quarta-feira (5), quando a ação encerrou o pregão a R$ 12,19.

No caso do Grupo Casas Bahia, a recomendação é de venda. De acordo com Georgia Jorge e Andréa Aznar, que assinam o relatório do BB Investimentos, o mercado tem uma certa desconfiança em relação à reestruturação que a empresa divuga em seu plano de recuperação extrajudicial. “Entendemos que a companhia permanece com uma relação risco-retorno em desequilíbrio e, portanto, mantemos nossa recomendação de venda”, comentam as analistas.

Recomendação neutra domina relatório em que Magalu é destaque

Em relação à Natura, as duas especialistas elogiam o aumento de receitas da empresa na América Latina e o aumento de margens no primeiro trimestre de 2024. No entanto, Jorge e Aznar comentam que a companhia registrou uma persistente retração nas vendas da Avon, varejista que faz parte do grupo Natura.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Outro ponto negativo é que a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 935 milhões no primeiro trimestre de 2024, número 43,3% maior aos R$ 656 milhões negativos anunciados no mesmo período do ano anterior, preocupando as analistas em relação ao futuro da varejista do setor de beleza.

“Por esses motivos, optamos por manter nossa recomendação neutra e preço-alvo em R$ 18,20”, explicam as analistas. O preço-alvo equivale a uma potencial alta de 20% na comparação com o fechamento de quarta-feira (5), quando o papel encerrou o pregão a R$ 15,17.

Já para a Lojas Renner, as analistas dizem que temem o fato de a companhia não conseguir recuperar as vendas e o market share em meio a um cenário de manutenção dos juros em patamares ainda altos. Vale lembrar que o mercado precificava que a taxa Selic encerraria 2024 em 9% ao ano. No entanto, as projeções mudaram para 10,25% ao ano.

As analistas lembram também que a própria Renner disse que o calor intenso e as enchentes na região Sul devem impactar as vendas no segundo trimestre de 2024. Sendo assim, o BB Investimentos tem recomendação neutra para Lojas Renner com preço-alvo de R$ 16,80, uma provável alta de 30,33%, a R$ 12,89.

A última companhia, a Raia Drogasil, tem recomendação neutra devido aos receios do mercado em relação ao endividamento da empresa e à diluição de despesas da companhia para impulsionar as margens. A Raia Drogasil encerrou o primeiro trimestre de 2024 com uma alavancagem em 1,1 vez Ebitda, enquanto no mesmo período do ano passado o indicador estava em 0,9 vez.

Publicidade

Por outro lado, as analistas lembram que a Raia Drogasil apresentou um ganho de receita e margens estáveis em seu último resultado. A receita bruta da empresa foi de R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre de 2024, crescimento de 15,3% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.

Olhando os pontos negativos e os pontos positivos, Georgia Jorge e Andréa Aznar têm recomendação neutra para Raia Drogasil, com preço-alvo de R$ 28,90 para o fim de 2024, uma potencial alta de 15,8% na comparação com o fechamento de quarta-feira (5), dia em que o papel terminou o pregão a R$ 24,95.