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O que esperar das ações da Magazine Luiza após a compra do Kabum

A compra do Magazine Luiza é a maior da história da companhia, podendo chegar aos R$ 3,5 bilhões

O que esperar das ações da Magazine Luiza após a compra do Kabum
Magazine Luiza foi uma das empresas que tiveram um primeiro trimestre muito bem-sucedido. (Foto: Rafapress /Shutterstock)
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  • Com a notícia, as ações do Magazine Luiza chegaram a subir 5,32% na abertura do pregão desta quinta-feira (15)
  • Especialistas, no entanto, acreditam que ações da empresa não devem ter grande valorização
  • Com a compra do Kabum, a Magazine Luiza já soma dez aquisições realizadas em 2021

A varejista Magazine Luiza (MGLU3) surpreendeu o mercado nesta quinta-feira (15), ao anunciar mais uma compra do grupo. A bola da vez é o Kabum, plataforma e-commerce de tecnologia e games. Segundo fato relevante publicado pela própria companhia, a aquisição, que precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), será realizada em três etapas.

A primeira parcela, de R$ 1 bilhão, será paga à vista e o restante será pago em ações. Ao todo, o negócio pode chegar a um montante de R$ 3,5 bilhões, o que torna a aquisição a maior já realizada pelo Magazine Luiza.

Com a notícia, as ações do Magazine Luiza chegaram a subir 5,32% na abertura do pregão desta quinta-feira (15). Ao término do pregão, os papéis encerraram o dia com alta de 3,10%, cotados a R$ 23,64. Foi a maior valorização da B3 na sessão.

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Para João Beck, economista e sócio da BRA, a aquisição é extremamente vantajosa. “Magalu abraça um dos setores mais promissores do mercado e que lá fora não para de crescer, que é o setor de games. E Kabum anexa sua operação a uma estrutura logística das maiores e mais eficientes do Brasil”, diz.

O impacto nas ações do Magazine Luiza

O Magazine Luiza, assim como seus competidores operadores de marketplace, não tem mais muito espaço para upsides como os que aconteceram nos últimos anos. É a opinião de Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor da divisão de varejo da consultoria 360º Varejo. Ele diz que a companhia continua tendo uma altíssima eficiência operacional e é um ativo muito seguro do ponto de vista dos retornos. Entretanto, devido ao aumento da competição no segmento, não acredita que haja espaço para crescimento.

“Mas isso não significa que as ações vão perder valor, pelo contrário, elas vão continuar crescendo. Mas não veremos mais aquelas estilingadas que tinha no passado, crescendo três dígitos. O crescimento tende a ser em taxas decrescentes comparado ao seu histórico futuro”, diz Melo.

Outro ponto interessante levantado por Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama, é que a compra do Kabum adiciona de 10% ao volume bruto de mercadorias (GMV) do Magalu. Mas, para ele, não deve haver grande valorização, pois a companhia já está precificada. “Como a empresa é muito grande, já está bem precificada. Mesmo o impacto sendo positivo, acredito que será um impacto pequeno”, diz Soares.

Em um relatório enviado nesta terça-feira aos seus clientes, a casa de análises Investmind afirma que Magalu é uma “empresa de alta qualidade”, mas não recomenda a compra de ações por causa do preço. “Assim, mantemos nossa recomendação NEUTRA para a MGLU3, com o preço alvo de R$ 20,80 por ação”, diz o documento.

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Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, explica que ir na direção dos games é algo interessante para o Magazine Luiza, lembrando que a empresa comprou o site de cultura pop Jovem Nerd. “Em 2020, o mercado global de games foi avaliado em US$ 170 bilhões. Provavelmente irá crescer mais de US$ 300 bilhões nos próximos cinco anos”, diz.

Na opinião de André Pimentel, sócio da consultoria de empresas Performa Partners, a aquisição foi um “golaço” do Magazine Luiza, justamente porque a compra tem a ver com as outras aquisições que  Magalu vem fazendo. “Com a aquisição, a varejista penetra cada vez mais em públicos diferentes, considerando que o Kabum, para uma operação de e-commerce, tem um tamanho interessante. Além disso, a rentabilidade do negócio também é surpreendente”, diz Pimentel.

Já o Credit Suisse divulgou relatório em que vê a transação como um impulsionador de crescimento de Magazine Luiza para o longo prazo. Entretanto, a instituição financeira mantém sua recomendação para as ações da companhia como neutra e um preço alvo de R$ 24,97.

Magazine Luiza em 2021

Com a compra do Kabum, a companhia já soma dez aquisições realizadas em 2021: VipCommerce, Steal The Look, Smart Hint, Jovem Nerd, Bit55, Plus Delivery, Juni, Tonolucro e Grandchef.

No acumulado de 2021, as ações do Magazine Luiza vêm registrando queda de 5,17%. Entretanto, no período que compreende os últimos 30 dias, os papéis estão em alta de 13,22%.

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Em seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2021, a companhia reportou um aumento de 739,7% no lucro líquido, atingindo a marca dos R$ 258,6 milhões, ante os R$ 30,8 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

*Com informação da Reuters

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