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Aquisição do Jovem Nerd impacta ações de Magazine Luiza (MGLU3)?

Foi a 17ª compra da empresa desde 2020. O valor do negócio não foi informado.

Aquisição do Jovem Nerd impacta ações de Magazine Luiza (MGLU3)?
Magazine Luiza. Foto: Divulgação
  • Fundado em 2002 por Alexandre Ottoni e Deive Pazos, o Jovem Nerd produz diversos tipos de conteúdos voltados para a cultura nerd
  • No acumulado de 2021, as ações do Magazine Luiza estão em queda de 11,02%. Na quinta-feira (15), terminaram o dia cotadas a R$ 22,20
  • Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, o impacto nas ações do grupo com a aquisição é muito limitado, tendo em vista a dimensão da companhia

A varejista Magazine Luiza (MGLU3) comunicou ao mercado na quarta-feira (14) a aquisição da plataforma de conteúdo multimídia Jovem Nerd, produtora de conteúdo voltada para o público nerd e geek. Foi a 17ª aquisição da empresa desde 2020. O valor do negócio não foi informado.

De acordo com a varejista, o conteúdo produzido pelo Jovem Nerd (áudio, vídeo, textos e jogos) continuará sendo disponibilizado nos canais atuais com toda liberdade editorial. Além disso, os materiais serão integrados junto ao SuperApp do Magalu.

Só em 2021, a companhia realizou seis aquisições, entre elas Steal the Look, VIP Commerce e Smart Hint. Mas, afinal, o que podemos esperar das ações do Magazine Luiza após a aquisição?

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Segundo André Pimentel, sócio da Performa Partners, é preciso entender que o Magazine Luiza não é mais só uma empresa de varejo. “A companhia está formando um ecossistema de negócios em torno do propósito inicial, que era um varejo de eletroeletrônicos que visa fazer com que clientes tenham acesso a vários tipos de serviços, produtos e meios de pagamento. Então, por que não entretenimento através da plataforma?”, diz Pimentel.

O que é o Jovem Nerd?

Fundado em 2002 por Alexandre Ottoni e Deive Pazos, o Jovem Nerd produz diversos tipos de conteúdos voltados para a cultura nerd. Com mais de 5,5 milhões de inscritos no canal do YouTube, os programas do grupo já superaram a marca de 1 bilhão de visualizações na plataforma.

O Jovem Nerd também está presente em outras redes sociais, como Instagram, com 1,3 milhões de seguidores, e no Twitter, com 3 milhões. Além disso, o grupo foi um dos pioneiros na produção de podcast no Brasil, com a criação do NerdCast em 2006. Inclusive, o podcast foi o primeiro no país e terceiro no mundo a superar a barreira dos 1 bilhão de downloads.

Impacto nas ações?

No acumulado de 2021, as ações do Magazine Luiza estão em queda de 11,02%. Na quinta-feira (15), terminaram o dia cotadas a R$ 22,20. Segundo Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, a aquisição até surpreendeu um pouco o mercado. “Questionei um pouco os valores que não foram informados. Mas mesmo se fosse, seria difícil de precificar e fazer o valuation de o quão bom foi o negócio”, diz.

O motivo para a dificuldade de mensurar a aquisição é o fato de o Jovem Nerd ser algo intangível. Na visão de Meneses, o que o acionista pode ganhar é justamente essa parcela do público. Associando-se à audiência do Jovem Nerd, a empresa tenta engajar essas pessoas, criando uma identidade maior da marca Magazine Luiza. “Assim como outras empresas, como Apple e Ferrari, que possuem uma marca muito forte”, diz.

Com a aquisição, o Magazine Luiza se aproveita da base de seguidores do Jovem Nerd para captar ainda mais clientes para o seu ecossistema, mas que não seriam o alvo principal da varejista. “Ao trazer audiência do Jovem Nerd para dentro do ecossistema, ele se potencializa como um todo. Então, o público do Jovem Nerd acaba sendo direcionado pelo site para comprar um eletroeletrônico no Magazine Luiza, por exemplo”, diz Pimentel.

Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, o impacto nas ações do grupo com a aquisição é muito limitado, tendo em vista a dimensão da companhia. “O Magazine Luiza não tem uma escala de varejo que dependa de uma aquisição dessa magnitude. Em algumas horas de faturamento Magalu faz essa aquisição. Ou seja, não é algo que vá exigir endividamento ou comprometimento de caixa, por exemplo”, conclui Silveira.

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