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BBI rebaixa preço-alvo do Magazine Luiza (MGLU3); o que aconteceu com a varejista?

Banco, no entanto, diz que observa sinais positivos como queda no desemprego e aumento da renda das famílias, o que pode favorecer o consumo e beneficiar o setor varejista

BBI rebaixa preço-alvo do Magazine Luiza (MGLU3); o que aconteceu com a varejista?
Foto: Adobe Stock
  • A recomendação de compra foi mantida, indicando potencial de recuperação
  • Desempenho negativo das ações devido à taxa Selic alta e abertura da curva longa de juros
  • Hoje, Magazine Luiza é a sexta maior queda do Ibovespa, com ações a R$ 12,76

O BB Investimentos (BBI) revisou o preço-alvo das ações do Magazine Luiza (MGLU3), ajustando a projeção para o final de 2025 de R$ 36,80 para R$ 20,30. Essa mudança, diz o banco, reflete a necessidade de adaptar o valuation da empresa — processo de estimar o valor econômico da companhia — aos resultados recentes e ao atual cenário macroeconômico. Apesar da redução no preço-alvo, a recomendação de compra anunciada em relatório no dia 4 de junho foi mantida, indicando que os analistas veem potencial para uma recuperação das ações da companhia.

À época, o banco disse que a empresa apresentava um crescimento nas margens e um aumento na posição de caixa no primeiro trimestre deste ano. Segundo cálculos das analistas do BB Investimentos, Georgia Jorge e Andréa Aznar, o papel da varejista tendia a terminar este ano cotado a R$ 36,80. Hoje, no entanto, o Magazine Luiza ocupa a sexta posição entre as baixas do dia no Ibovespa. Às 11h30, a companhia registrava queda de 3,19% quando comparado ao dia anterior, com ações sendo negociadas a R$ 12,76.

Desde o início de 2024, as ações do Magazine Luiza sofreram uma queda de mais de 37%, segundo levantamento do BBI. Esse desempenho negativo é atribuído, em grande parte, à manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em níveis elevados e à abertura da curva longa de juros, que afeta diretamente os papéis cíclicos na Bolsa de Valores. Outros fatores que contribuíram para a queda, conforme o banco, incluem o cenário macroeconômico desafiador e o aumento do custo de crédito para os consumidores.

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No entanto, o BB Investimentos vê sinais positivos no horizonte. “Os dados macroeconômicos são, em sua maioria, favoráveis ao consumo e indicam uma possível recuperação do setor varejista”, diz o relatório. Entre os fatores citados estão a queda no desemprego, o aumento da renda das famílias, a redução do endividamento e uma melhora na confiança do consumidor. Esses elementos sugerem um cenário mais otimista para empresas de varejo, como o Magazine Luiza, nos próximos trimestres.

Além disso, a empresa tem demonstrado resiliência, com boas expectativas para os resultados futuros. O BB Investimentos destaca que, mesmo com a revisão para baixo do preço-alvo, ainda há um potencial elevado de valorização das ações do Magazine Luiza. “Mantemos nossa recomendação de compra para MGLU3, pois acreditamos que a companhia está bem posicionada para aproveitar um ambiente de melhora no consumo”, afirma a análise.

BTG mantém recomendação para ações do Magalu (MGLU3) após balanço

No início deste mês, o BTG Pactual (BPAC11) manteve a recomendação de compra para as ações do Magazine Luiza após avaliar que os resultados do segundo trimestre mostraram uma tendência de melhora suave das vendas, apesar do que chamou de “ambiente desafiador para o comércio eletrônico”.

Os analistas do banco citaram, por exemplo, que o GMV (Gross Merchandise Volume ou volume bruto de mercadorias) do comércio eletrônico cresceu 1% na comparação anual (2% abaixo da previsão do BTG), enquanto o GMV total também cresceu, 4,5% na base anual, para R$ 15,4 bilhões (apesar de 1% abaixo da estimativa do BTG).

Um dos maiores destaques positivos, de acordo com o BTG, foi a rentabilidade, devido ao aumento das receitas de serviços e a uma abordagem mais racional da companhia.

“Apesar da reintrodução do imposto DIFAL [Diferencial de Alíquota do ICMS] no início do ano passado (negativamente impactando a margem bruta), o segundo trimestre continuou a mostrar a tendência de melhoria como nos trimestres anteriores (com a empresa repassando o efeito da maior carga tributária sobre os preços)”, explicaram os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, em relatório.

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Na Luizacred, financeira do grupo, os analistas afirmaram que o lucro líquido foi mais forte, com provisões menores novamente.

Na avaliação do BTG, desde 2022, as ações do Magazine Luiza têm sofrido com o crescimento mais lento do GMV on-line, dada a sua exposição a categorias altamente cíclicas, como eletrônicos e eletrodomésticos. Além disso, a taxa de juros afeta os resultados da Luizacred e há um alto custo de financiamento para desconto de recebíveis, prejudicando os resultados financeiros.

Porém, os últimos três trimestres, segundo os estrategistas, mostraram “sinais encorajadores”, com melhor tendência para a rentabilidade. “A companhia deverá se beneficiar de melhores condições macroeconômicas e de uma abordagem mais racional para cobrar taxas e do seu modelo de negócios multicanal para alavancar a operação, enquanto a rentabilidade e o fluxo de caixa livre deverão ser positivos nos próximos trimestre, sustentando nossa recomendação de compra”, reiteraram.

O BTG Pactual tem preço-alvo de R$ 25,00 para as ações do Magazine Luiza e de US$ 4,44 para as ADRs, um potencial de valorização sobre o fechamento de ontem de 105% e 104,6%, respectivamente.

Itaú BBA prevê alta para as ações do Magazine Luiza (MGLU3)

As ações do Magazine Luiza  podem subir 11,44% até o fim de 2024, mostra relatório do Itaú BBA enviado ao mercado no dia 2 de julho. O banco classifica a ação do Magalu como market perform, desempenho dentro da média do mercado, que é equivalente a recomendação neutra.

Itaú BBA calcula um preço-alvo de R$ 15 para a ação do Magalu para fim de 2024. As estimativas de alta para a ação do Magazine Luiza acontecem devido  às projeções da instituição financeira para o balanço da varejista no segundo trimestre de 2024.

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Os especialistas dizem acreditar que a companhia deve reverter o prejuízo líquido ajustado de R$ 199 milhões para um lucro de R$ 2 milhões no período. Essa melhora, segundo os especialistas, deve acontecer dom a evolução da receita líquida da varejista. O banco estima um crescimento de 5,4% na receita líquida na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo intervalo em 2023. O montante deve ir dos R$ 8,57 bilhões para R$ 9,03 bilhões.

Na visão do BBA, o crescimento deve ser impulsionado pelas Vendas das Mesmas Lojas (SSS, na sigla em inglês), que devem crescer cerca de 15% na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2023. As vendas das mesmas lojas é um indicador que mede quanto uma mesma loja, que existe a mais de 12 meses, vendeu a mais ou a menos que o mesmo período do ano anterior.

Em outro relatório divulgado no fim de junho, os especialistas comentam o motivo para a recomendação neutra. A equipe do Itaú BBA reconhece a melhora do resultado financeiro da varejista nos últimos dois trimestres. No entanto, eles dizem que preferem esperar por um ponto de entrada melhor na ação. Isso porque o faturamento da companhia ficou abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2024.

“Atualmente vemos as ações negociadas a um prêmio de 50% sobre a média do setor varejista. Entretanto, reconhecemos haver um risco ascendente para as nossas estimativas no caso de tendências de receita menores do que o previsto, levando potencialmente a maiores ganhos de endividamento (alavancagem) do Magazine Luiza (MGLU3)”, explicam Thiago Macruz e sua equipe.

Varejista reverte prejuízo no 1T24

O Magazine Luiza (MGLU3) apresentou um lucro líquido de R$ 27,9 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), revertendo o prejuízo de R$ 391,2 milhões registrado no mesmo período do ano anterior (1T23). No conceito ajustado, a empresa reportou um lucro de R$ 29,8 milhões, em comparação ao prejuízo de R$ 309 milhões de um ano antes.

De acordo com o novo balanço do Magazine Luiza, esse resultado foi influenciado pelo aumento anual de 3,1% nas vendas totais, que somaram R$ 16,02 bilhões no trimestre. O Ebitda ajustado, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, também apresentou crescimento, atingindo R$ 688 milhões no 1T24, um aumento de 54% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda alcançou 7,4%, o que representa uma melhora de 2,5 pontos percentuais em comparação ao 1T23. As informações foram divulgadas pela empresa em 9 de maio.

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