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- A alta do papel reflete a queda da curva de juros futuros, o que favorece as operações da companhia
- Mesmo com a recente valorização, os analistas de mercado não avaliam que as ações da companhia sejam um bom investimento
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) parecem ter dado uma reviravolta na Bolsa de Valores nesta semana ao ponto de ganhar destaque no mercado em meio a crise no setor do varejo. Por dois dias seguidos, as ações da Magalu encerraram as negociações com ganhos expressivos. No pregão desta segunda-feira (9), encerraram uma valorização de 4,49% e nas negociações de terça-feira (10) seguiram com forte alta, fechando o pregão com valorização de 6,99%, cotado a R$ 1,99.
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O principal motivo para o otimismo do papel se deve à queda da curva dos juros futuros, o que favorece a performance do papel na Bolsa de Valores. Segundo Fernando Ferrer, analistas da Empiricus, isso acontece porque, com a perspectiva de queda da taxa de juros, o crédito, fundamental para financiar as operações das varejistas, fica mais acessível.
“Depois de sofrer com a desvalorização de preço ao longo deste ano, especialmente no primeiro semestre, o papel não negocia em um patamar tão elevado, o que resulta em um movimento de correção”, diz Ferrer.
Apesar das recentes altas, ainda está cedo para avaliar se o atual momento representa uma recuperação, porque o cenário econômico ainda segue desafiador para o setor do varejo. Mesmo com o início da queda da taxa de juros, a Selic deve encerrar 2023 a 11,75% ao ano. Além disso, o alto endividamento da população ainda compromete o poder de compra dos brasileiros, o que impacta nas vendas do varejo.
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Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante Corp, afirma que o papel, assim como de outras companhias do setor, fica suscetível a qualquer notícia favorável para o varejo. “Dependendo do cenário ou notícia do dia, a ação pode registrar uma forte variação, como na quarta-feira passada (4), quando MGLU3 fechou com queda de 8,5%”, lembra.
No entanto, o lançamento na segunda-feira (9) da parceria entre Magalu e BNP Paribas Cardif, especialista em seguros massificados, ajudou a construir uma perspectiva do mercado menos pessimista. No entanto, pondera Sanchez: “O lançamento do novo produto ocorre em meio ao cenário de alta dos preços dos planos de saúde, que dificulta o acesso da maioria dos brasileiros”.
Segundo a Magalu, o seguro saúde possui cobertura de R$ 10 mil para diagnósticos de doenças graves, como câncer e infarto para o cliente. O plano individual vai custar R$ 22,80 por mês e a categoria familiar com direito a até três dependentes, R$ 32,40 mensais.
Vale o investimento?
Os recentes ganhos do papel ainda não conseguiram convencer o mercado de que a empresa oferece uma oportunidade de investimento. A Empiricus, por exemplo, possui recomendação neutra para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) e, ao olhar para o setor de varejo, possui preferência para as ações do Mercado Livre (MELI34), na qual possui recomendação compra. A Levante Corp também mantém posição neutra para os papeis da Magalu.
Já Hulisses Dias, analista CNPI e mestre em finanças pela Sorbonne, não enxerga que o atual momento seja ideal para se estar posicionado na companhia e, por essa razão, mantém recomendação de venda para as ações. “Há ainda uma tendência de queda apesar das altas recentes”, justifica Dias. Segundo dados do Broadcast, mesmo com a sequência de altas, as ações da Magazine Luiza apresentam uma desvalorização de 27,37% no acumulado do ano e de 6,13% em outubro.
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