A disseminação do novo coronavírus, no entanto, não impactou de maneira significativa o Marfrig, tanto no mercado doméstico quanto no internacional, visto que suas operações se mantiveram em pleno funcionamento. E as perspectivas para a companhia continuam positivas para o restante do ano.
Mesmo antes da pandemia, o Marfrig já vinha num processo de melhoria de gestão, com foco na diminuição de suas dívidas. Atualmente, a empresa tem R$ 8,4 bilhões em caixa e R$ 21,7 bilhões de dívida bruta total, mas 21% deverão ser pagos neste ano e apenas 1% em 2021.
De acordo com Sandra Peres, analista da Terra Investimentos, o Marfrig foi beneficiada pela retomada de exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos. Somado a isso, há uma combinação favorável de desvalorização cambial do real ante o dólar e uma menor concorrência global.
“Outros grandes produtores de carne vermelha, principalmente Austrália e Índia, estão sofrendo um forte desabastecimento. Além disso, a China tem um grande problema de oferta de frangos e suínos, por causa da gripe aviária e da febre suína, tendo que importar mais carne bovina”, afirma Sandra.
No Brasil, as empresas do segmento registram um aumento na demanda em supermercados e atacados, mas uma menor procura no canal de foodservice, também denominado como alimentação fora do lar. Também há expectativa para que a maior oferta de gado no mercado brasileiro faça o valor da arroba do boi cair e, consequentemente, diminua os custos para os frigoríficos.