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Mercado financeiro hoje: 4 pontos para entender o panorama das bolsas em semana de decisão de juros

Os mercados fazem os últimos ajustes antes de definir suas taxas básicas. Veja os principais eventos da semana

Mercado financeiro hoje: 4 pontos para entender o panorama das bolsas em semana de decisão de juros
(Foto: Adobe Stock)

A Super Quarta, dia das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, é o destaque desta semana. China, Inglaterra e Japão também concluem suas reuniões de política monetária esta semana. Nesta segunda-feira (16), o mercado financeiro hoje acompanha o boletim Focus, enquanto no exterior tem o índice de atividade industrial Empire State dos EUA de setembro.

Internamente, as preocupações fiscais estão no foco da agenda hoje após o ministro Flávio Dino autorizar o governo a usar crédito extra no combate a incêndios, e antes da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quarto bimestre.

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir mais ações para o combate aos incêndios.

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Na terça-feira (17), é esperado o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro e vendas do varejo dos EUA. Na quarta-feira (18), o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro e do Reino Unido.

Confira os 4 assuntos mais importantes do mercado financeiro hoje

Juros

Nos EUA, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) corte juros pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19, em 2020.

As apostas de que o banco central americano reduza a taxa básica em 50 pontos-base na quarta-feira (18) foram ampliadas, segundo a plataforma do CME Group, que monitora o comportamento da curva futura.

Na Inglaterra, o banco central deve pausar o ciclo de relaxamento monetário. Na China, é esperado o anúncio de mais medidas de estímulo após resultados fracos de indicadores divulgados no final de semana, como os dados do varejo, da indústria e do setor imobiliário.

No cenário local, a maioria do mercado ainda aposta em um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Bolsas internacionais

O tom é de moderação e indefinição nos mercados nesta segunda-feira de agenda fraca, que ganhará força nos próximos dias, sobretudo por conta das decisões de juros de importantes bancos centrais.

O dólar caiu abaixo da marca de 140 ienes pela primeira vez desde julho de 2023, em meio à expectativa de estreitamento do diferencial de juros entre Estados Unidos e Japão, que decidirá sua taxa na sexta-feira (20), enquanto o ouro atingiu novo recorde histórico.

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Em Nova York, destaque para o avanço das ações da Intel (ITLC34) no pré-mercado, impulsionadas pela expectativa de que a empresa receba US$ 3,5 bilhões em subsídios para fabricar chips para os militares dos EUA.

Além disso, as ações da Trump Media & Technology subiam mais de 3% após o FBI tratar um incidente como uma possível tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, atual candidato republicano à Casa Branca.

Enquanto isso, as Bolsas da Europa operam com viés negativo à espera das decisões de Fed e Banco da Inglaterra.

Commodities

O petróleo opera em alta, mas sofre pressão diante dos novos dados fracos da China, enquanto o país ainda está em feriado, o que representa um risco adicional. Por causa do fechamento das bolsas chinesas, o minério de ferro não foi negociado.

Mercado brasileiro

A indefinição nos índices de ações no exterior e a leve alta do petróleo podem não ser suficientes para impulsionar o Ibovespa na abertura.

Ao mesmo tempo, eventuais revisões para cima nas projeções de inflação e da taxa Selic no Boletim Focus desta segunda-feira podem pressionar o Índice Bovespa para baixo e elevar os juros futuros, mesmo com a queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) nesta manhã.

Apesar do enfraquecimento do dólar no exterior frente a outras moedas, o real pode encontrar dificuldades para se valorizar.

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Os ativos brasileiros tendem a ser afetados por novos sinais de descumprimento do arcabouço fiscal. Com a crise climática no Brasil, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para enfrentar a devastação causada pelos incêndios.

A medida pode aumentar a desconfiança do mercado financeiro hoje em relação ao controle das contas públicas, o que poderia exigir uma alta maior da taxa Selic.

* Com informações do Broadcast