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Mercado financeiro hoje: Jackson Hole e mais 2 tópicos decisivos para você fechar a semana com chave de ouro

Discursos de dirigentes ganham destaque na agenda hoje na busca por sinais de corte de juros nos EUA

Mercado financeiro hoje: Jackson Hole e mais 2 tópicos decisivos para você fechar a semana com chave de ouro
Juros e economia (Foto: Adobe Stock)

O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, em Jackson Hole, é o grande destaque da agenda econômica desta sexta-feira (23), dadas as dúvidas quanto ao ritmo e ao total de cortes de juros nos Estados Unidos este ano. No mercado financeiro hoje, está previsto o discurso do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, no mesmo evento de Powell, que também contará com a presença do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Ainda na agenda hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá compromissos no Estado de São Paulo. Entre os indicadores, sairão as vendas de moradias novas nos EUA, em julho, e o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de agosto no Brasil.

Confira os 3 tópicos em destaque no mercado financeiro hoje

Bolsas internacionais

Os índices de ações do ocidente avançam, após as bolsas europeias fecharem sem ímpeto na quinta-feira (22), na esteira da desvalorização em Wall Street, diante da ansiedade dos investidores pelo discurso de Powell no Simpósio de Jackson Hole.

Na véspera, resultados divergentes de indicadores da economia americana elevaram as incertezas em relação à política monetária. Por isso, os investidores esperam algum sinal de Powell quanto à magnitude da queda dos juros nos EUA, aguardada para começar em setembro, e quem sabe ainda o dirigente dê indícios do total do ciclo de baixa das taxas.

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Em meio a incertezas, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) operam indefinidos, próximos da estabilidade, enquanto o dólar recua em relação a moedas fortes.

Commodities

Em busca de recuperação, as cotações do petróleo avançam, mas ainda podem fechar a semana com desvalorização por conta de preocupações renovadas com a demanda pela commodity e por dúvidas quanto a um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Apesar do recuo de 2,24% do minério de ferro em Dalian, na China, o American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) mira valorização nesta manhã no pré-mercado em Nova York, o que reforça a expectativa de alta do Ibovespa na abertura. O ADR da Petrobras (PETR3; PETR4), por sua vez, avança acima de 1,00% sustentado pelo petróleo.

Mercado brasileiro

O ambiente tranquilo no exterior antes do discurso de Powell pode se espelhar nos ativos no Brasil. Assim, o Índice Bovespa pode caminhar para uma terceira semana de elevação, mesmo depois de ter recuado um pouco no último pregão, fechando em baixa de 0,95%, aos 135.173,39 pontos – veja aqui. No entanto, tudo dependerá do tom do discurso do presidente do Fed em Jackson Hole.

Outro ponto é que os mercados ainda podem ecoar falas do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, da véspera, que levaram os juros futuros a fechar em alta e o dólar a se aproximar dos R$ 5,60, também por conta do exterior.

Em evento na quinta-feira (22), Galípolo tentou corrigir afirmações feitas recentemente que geraram desconforto nos mercados, sugerindo descompasso entre os dirigentes do BC – algo que eleva mais as incertezas.

De todo modo, ele afirmou que “está na mesa” uma elevação da taxa Selic no mercado financeiro hoje. “Eu espero que a gente tenha conseguido deixar claro que, a partir do cenário que nós temos hoje, a alta de juros está na mesa, sim, e que o Banco Central não vai hesitar, se for necessário, na perseguição da meta, em fazer uma elevação de juros”, disse em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ainda fica no foco a questão fiscal após alerta do TCU.

* Com informações do Broadcast

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