Prévia operacional da mineradora foi bem recebida por analistas. (Foto: Michael Turner/Wirestock em Adobe Stock)
A agenda econômica desta semana concentra atenções no balanço da Vale (VALE3) e no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação. No exterior, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulga o Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas nos EUA), enquanto mais balanços são esperados. Nesta segunda-feira (21), investidoresacompanham o boletim Focus e discursos de três dirigentes regionais do Fed no mercado financeiro hoje.
Ainda na agenda econômica de hoje, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa do evento “Annual Trip Brazil-Chile” e o BC faz reunião trimestral com economistas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, viajam para Washington para as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Nos próximos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define bandeira tarifária de energia elétrica de novembro e o Tesouro divulga o relatório mensal da dívida de setembro.
No mercado internacional hoje, são esperados discursos dos presidentes regionais do Fed Lorie Logan (Dallas), Neel Kashkari (Minneapolis) e Jeffrey Schmid (Kansas City).
Ao longo da semana, acontecem discursos dos presidentes do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, e do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. O Livro Bege sai na quarta-feira (23), mesmo dia em que será realizada a Cúpula dos Brics (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na Rússia. Veja aqui o calendário econômico da semana.
Confira os 5 principais assuntos do mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
Os mercados internacionais repercutem o corte de juros na China, enquanto aguardam por discursos de vários dirigentes do Fed. O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) cortou as principais taxas de juros em 25 pontos-base.
Para a Capital Economics, mais flexibilização monetária virá adiante, mas “uma reviravolta significativa no crescimento econômico exigiria uma resposta fiscal maior”.
Nas próximas horas, o gigante de software alemão SAP, que responde por cerca de 15% na Bolsa de Frankfurt, divulga resultados.
Balanços
A temporada de balanços do terceiro trimestre se inicia nos mercados nacionais. Na quinta-feira (24), são esperados os resultados da Multiplan (MULT3), Suzano (SUZB3) e Vale. Na sexta-feira (25), é a vez dos números da Usiminas (USIM5).
No exterior, serão acompanhados os resultados da General Motors (GMCO34), 3M Company (MMMC34) e Verizon (VERZ34) na terça-feira (22); Deutsche Bank (DBK), Lloyds, Boeing (BOEI34), Tesla (TSLA34) na quarta-feira (23); Barclays e American Airlines (AALL34) na quinta-feira (24).
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou, no sábado (19), detalhes do acordo para compensação da Vale pela tragédia em Mariana (MG) e disse que se encaminha para ser fechado neste mês.
Negociado entre as autoridades públicas e as mineradoras Samarco, dona da barragem de Fundão, e suas controladoras, Vale e a anglo-australiana BHP, o acordo vai prever R$ 167 bilhões, dos quais R$ 100 bilhões são em valores novos. Saiba mais nesta matéria.
Além de China, o mercado da commodity segue atento aos desdobramentos dos conflitos no Oriente Médio envolvendo Israel e outros países, em especial a escalada da ofensiva no Líbano.
Nesta manhã, o petróleosobe mais de 1%, após cair ao redor de 8% na semana passada. Enquanto isso, o minério de ferro fechou em alta de 1,45% em meio ao acordo sobre Mariana.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,56% no pré-mercado de Nova York por volta das 8h20. Os da Vale também registrava ganhos, em torno de 0,38%.
Mercado brasileiro
A falta de tração no exterior pode comprometer o apetite ao risco no Brasil, já afetado pela piora da percepção fiscal, que levou o dólar a superar R$ 5,70 na última sexta-feira (18), no intraday, sendo a divisa com pior desempenho ante pares.
Especialistas apontam que, sem a desconfiança fiscal e fatores externos, o dólar estaria em torno de R$ 5,10, alinhado à tendência de outras moedas emergentes. O ETF brasileiro EWZ recua no pré-mercado de Nova York.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o programa Acredita será o último de seu governo, que agora focará nos resultados das políticas públicas e a expectativa de sua administração é de crescimento acima de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e deve refletir no mercado financeiro hoje.