A agenda econômica desta quinta-feira (30) traz o desfecho da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e coletiva com a presidente da instituição, Christine Lagarde, após as decisões dos EUA e Brasil – veja aqui. O mercado financeiro hoje acompanha ainda, nos EUA, a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e a temporada de balanços, além dos pedidos de auxílio-desemprego, vendas pendentes de imóveis.
Na agenda econômica doméstica hoje, o mercado olha os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Governo Central, ambos referentes a dezembro e o consolidado de 2024.
Também são esperados o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro e leilões do Tesouro de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa) (11h). A RedeTV! exibe no fim da noite entrevista com ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Confira os 4 destaques do mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
As principais bolsas europeias sobem nesta manhã, à espera de mais corte de juros pelo BCE, de 25 pontos-base, diante da percepção de inflação sob controle, mas crescimento econômico ainda fraco.
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O euro cai em relação ao dólar após números mais fracos que o esperado de PIB da região no quarto trimestre ante o trimestre anterior. O PIB da zona do euro ficou estável (previsão +0,1%); o da Alemanha caiu 0,2% (previsão -0,1%); o da Itália também ficou estável (previsão +0,1%); o da França recuou -0,1% (estimativa de 0%).
Entre os balanços, Deutsche Bank (DBAG34) e Shell (SHEL) lucraram menos que o esperado. Em Nova York, os futuros das bolsas estão no azul, impulsionados por ações das big techs IBM (IBMB34), Meta (M1TA34) e Tesla (TSLA34) após divulgarem balanços. As ações da American Airlines (AALL34), no entanto, caíam ao redor de 3% após um avião com 64 pessoas a bordo se chocar com um helicóptero em Washington.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) recuam, depois de avançarem na véspera na esteira do anúncio de juros dos Estados Unidos.
Juros do Copom e Fed
Os mercados repercutem a decisão do Copom de elevar a Selic em 100 pontos-base, para 13,25%, como esperado e sinalizado pelo Banco Central (BC), em decisão unânime, mas sem estender o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) até maio.
Foi a primeira reunião com o BC sob comando de Gabriel Galípolo e com os novos diretores – veja aqui como o mercado reagiu.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) decidiu manter inalterada a taxa dos Fed funds (semelhante à Selic no Brasil) na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão foi unânime e veio em linha com a expectativa do mercado.
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Diferentemente da última reunião, contudo, o comunicado não mencionou que a inflação fez progresso rumo à meta, nem citou arrefecimento do mercado de trabalho.
Commodities
O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, na China, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.
O petróleo, por sua vez, opera em leve alta nesta quinta-feira. Os barris de WTI e Brent sobem em torno de 0,04%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,44% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h15 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,22% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
O sinal positivo em Wall Street deve ajudar o Ibovespa hoje. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) brasileiro negociado em NY, subia 1,00% no pré-mercado às 8h20 (de Brasília).
As taxas futuras se ajustam ao comunicado do Copom, considerado dovish (ameno, com redução da taxa de juros para aquecer a economia) por parte do mercado e é possível que haja abertura de taxas na ponta curta da curva. A curva de juros também pode ficar sensível aos números do Caged, Governo Central e PIB americano.
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O dólar, que fechou em queda pela oitava sessão seguida na quarta-feira (29), a R$ 5,8662, acumulando quase 5% de desvalorização em janeiro, se ajusta ao Copom em meio ainda à fraqueza da moeda americana ante maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities, o que pode repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast