A agenda econômica desta quinta-feira (19) acompanha a votação em plenário da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e do projeto de lei complementar do pacote de ajuste fiscal. O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deve dividir atenções do mercado financeiro hoje com os leilões de até US$ 3 bilhões do Banco Central (BC) e medidas destinadas a tentar conter o estresse no câmbio e juros futuros.
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Ainda na agenda econômica hoje, estão previstos as decisões de juros do Banco da Inglaterra (BoE), do Reino Unido, do México e China. Nos EUA, saem dados atualizados do Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) ambos do terceiro trimestre, assim como pedidos semanais de auxílio-desemprego e vendas de moradias usadas em novembro.
Confira os 6 assuntos que direcionam o mercado financeiro hoje
Juros do Fed
O mercado global reage ao corte de juros “hawkish” (duro) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que indicou condições monetárias mais rígidas em 2025, com a redução de 25 pontos-base para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano, em comunicado divulgado na quarta-feira (18).
O banco central americano cumpriu as expectativas sem unanimidade, mas assustou investidores ao projetar apenas duas reduções no próximo ano. Algumas casas veem como praticamente certa uma pausa em janeiro e, para março, um corte dependerá dos efeitos das políticas fiscais sugeridas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo tarifas, cortes de impostos e planos de gastos públicos.
Bolsas internacionais
Os rendimentos dos títulos públicos europeus sobem e o spread (sobretaxa) entre os papéis do Reino Unido-Alemanha atingiu 243 pontos-base, o maior em 34 anos. Os contratos de metais em geral registram perdas, refletindo temores de menor demanda global.
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Contudo, em Nova York, o mercados ajusta-se após reação considerada “exagerada” na véspera, quando as bolsas caíram e o rendimento de 10 anos chegou a tocar nível de 4,508%, mais alto desde maio deste ano.
O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado e também é conhecido como “índice do medo”, despencou 22,32%, após atingir o maior nível desde agosto.
Os futuros dos principais índices acionários de Nova York se recuperam. Enquanto isso, as bolsas da Europa caem com força após sinalização conservadora do Fed.
O rendimento curto dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam, mas os longos seguem avançando, enquanto o dólar também alivia ante pares rivais, assim como a maioria das divisas emergentes, à exceção do real.
Dólar
O dólar voltou a renovar seu maior valor de fechamento da história, encerrando a quarta-feira (18) a R$ 6,2657 com um salto de 2,78% ante o real – o maior patamar desde o início do Plano Real, em 1994. A alta e a cotação recorde se devem principalmente ao auge do estresse fiscal no País, mas a decisão de juros nos Estados Unidos também ajudou a definir a piora da cotação na sessão.
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Para intervir no mercado de câmbio e conter uma nova alta do dólar, o Banco Central (BC) anunciou um novo leilão de venda de dólar à vista de até US$ 3 bilhões nesta quinta-feira (19) das 9h15 às 9h30. Veja nesta matéria como vai funcionar.
Relatório Trimestral de Inflação
O Banco Central aumentou a sua projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2024, de 3,2% para 3,5%. A projeção para 2025 passou de 2,0% para 2,1%. Os números constam no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, publicado nesta quinta-feira.
O Banco Central aumentou a sua projeção de inflação de 2026, de 3,3% para 3,6%. A estimativa segue o cenário de referência, que considera a trajetória de juros do relatório Focus e a evolução do dólar conforme a paridade do poder de compra (PPC).
As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 e 2025 – de 4,9% e 4,5%, respectivamente – não foram alteradas na comparação com o comunicado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – veja aqui.
Commodities
O minério de ferro recuou 1,08% nos mercados de Dalian, na China, esta manhã. Já o petróleo também opera no campo negativo, caindo 0,91% (WTI) e 0,12% (Brent).
Por outro lado, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,80% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h15 (de Brasília). Os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) também mostravam força, subindo 1,64% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
A Câmara adiou para esta quinta-feira a votação em plenário da PEC e do projeto de lei complementar do pacote de ajuste fiscal por falta de votos na noite de quarta-feira (18), às vésperas do recesso parlamentar, partir de segunda-feira (23).
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou sessão semipresencial nesta quinta para a votação das três propostas que formam o pacote e disse que pode convocar sessão no sábado para votar também as leis orçamentárias.
A iminência do recesso parlamentar, percepção de colapso das medidas fiscais após alterações feitas no Congresso e demora na aprovação podem sustentar a tensão nos mercados, limitando chance de alívio com os leilões do BC e Tesouro nos mercados de câmbio e de juros.
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Para a Ibovespa hoje, no entanto, o sinal do EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) do Brasil em Nova York apontava alta de 1,21% por volta das 8h30.
Contudo, além de adiar as votações finais para hoje, a Câmara aprovou o pacote fiscal que limita o bloqueio de emendas apenas às não obrigatórias e confirmou a revogação do antigo Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT).
Analistas estimam que a economia com as medidas vai girar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, aquém dos R$ 71 bilhões propostos em dois anos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve trabalhar durante as férias em janeiro, focando na análise de outras medidas para reforçar o arcabouço fiscal.
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Esses e outros destaques ficam no radar do mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast