A agenda econômica desta sexta-feira (22) traz a notícia de que o pacote de cortes de gastos deve sair somente na segunda (25) ou terça-feira (26), segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As atenções do mercado financeiro hoje ficarão, então, no relatório bimestral de receitas e despesas e na coletiva da Petrobras (PETR3; PETR4) sobre o Plano Estratégico e o Plano de Negócios 2025-2029, além do anúncio de R$ 20 bilhões em dividendos.
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Ainda na agenda econômica hoje, o ministro Haddad se reúne com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite. O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Abry Guillen, participa da 97ª Reunião Trimestral com Economistas, no Rio de Janeiro.
Nos Estados Unidos, saem a prévia do índice de gerentes de compras (PMI) e a pesquisa da Universidade de Michigan sobre as expectativas de inflação e o sentimento do consumidor.
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Além disso, a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Michelle Bowman discursa sobre inteligência artificial em evento. São esperados também discursos dos dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) Joachim Nagel e Isabel Schnabel.
Confira os 4 assuntos mais importantes do mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
Uma bateria de PMIs fracos na Europa – Reino Unido, zona do euro, Alemanha e França – eleva a cautela na região em meio ainda à escalada das hostilidades na guerra da Ucrânia. A maioria das bolsas europeias cai, mas a de Londres sobe, apoiada pelas vendas no varejo do Reino Unido acima do esperado.
O euro caiu ao menor nível em quase dois anos ante o dólar e os rendimentos dos títulos soberanos europeus têm queda generalizada. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, atingiu 107,350 pontos, o maior valor desde 22 de novembro de 2022.
Esses indicadores revelam uma situação preocupante e reforçam expectativas de que o BCE possa adotar medidas de flexibilização monetária.
O pessimismo pesa nos futuros de Nova York e rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana), que recuam também diante de incertezas sobre a decisão do Fed em dezembro. Segundo o CME Group, a curva de juro precificava mais cedo 5,9% de chance de corte de juros no mês que vem, contra 44,1% para manutenção.
Petrobras
A Petrobras divulgou na quinta-feira (21) o seu Plano Estratégico 2025-2029 com uma previsão de capex (investimento) para 2025 de US$ 18,5 bilhões, queda de 11,9% ante os US$ 21 bilhões previstos para o período no último plano.
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Para todo o período 2025-2029, conforme já informado ao mercado, a Petrobras projeta investimentos de US$ 111 bilhões, ante US$ 102 bilhões no plano anterior, que trazia o planejamento até 2028. Trata-se de aumento de 8,8% no investimento previsto pela estatal no último plano quinquenal.
Além disso, a petroleira ainda aprovou o pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões, sendo R$ 15,6 bilhões como dividendos intermediários, com base na reserva de remuneração do capital, e R$ 4,4 bilhões como dividendos intercalares. Veja aqui o valor por ação.
Commodities
O minério de ferro fechou em queda de 1,09% nos mercados de Dalian, na China. Já o petróleo mostra pouco fôlego nesta manhã, subindo levemente 0,03%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,40% no pré-mercado de Nova York, por volta das 08h15 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras avançavam 1,00% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
Os mercados podem ficar na defensiva com o exterior e a notícia de que o anúncio de cortes de gastos ficou para a semana que vem. Ao mesmo tempo, aguarda pelo relatório de receitas e despesas, que deve trazer bloqueio de “na casa dos R$ 5 bilhões” no Orçamento de 2024, segundo Haddad.
Quanto ao pacote fiscal, o ministro não confirmou se o impacto seria em torno de R$ 70 bilhões, mas disse que será suficiente para “reforçar o arcabouço”. O ministro também confirmou que as iniciativas acertadas com a Defesa devem render uma economia anual de em torno de R$ 2 bilhões.
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Os juros futuros podem ganhar mais prêmio na curva diante da demora do governo e o dólar também pode subir, uma vez que a moeda se mostra forte lá fora.
Já no mercado financeiro hoje, a cautela pode ser limitada pelas ações da Petrobras diante do Plano Estratégico da estatal. O ETF (fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) brasileiro EWZ caía no pré-mercado em NY.
* Com informações do Broadcast