

A agenda da semana destaca o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, dados do setor público, vendas no varejo e pesquisa de serviços. Nesta segunda-feira (7), o Banco Central (BC) realiza a premiação Anual dos Rankings Top 5 de 2024 em São Paulo, com presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e divulga o boletim Focus no mercado financeiro hoje.
Ainda na agenda econômica hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de evento na fábrica da Novo Nordisk, em Montes Claros (MG), importante fornecedora de insulina para o Sistema Único de Saúde (SUS), e de anúncio de investimentos e contratações do Mercado Livre, em Cajamar (SP). No exterior, a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Adriana Kugler discursa na Universidade de Harvard e o Fed divulga o crédito ao consumidor.
Ao longo da semana, saem os números do setor público consolidado de fevereiro, enquanto a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulga os dados de produção e vendas de veículos de março na terça-feira (8). Na quarta-feira (9), tem a nota de crédito do BC e vendas no varejo restrito e ampliado de fevereiro.
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Na quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Mensal de Serviços de fevereiro. Na sexta-feira (11), é esperado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de fevereiro.
Na agenda internacional, na terça-feira, diversos dirigentes de bancos centrais europeus participam de eventos na Espanha, Bélgica e Reino Unido, além da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, nos EUA.
Na quarta-feira, o Fed publica a ata da última reunião de política monetária. Também serão divulgados os estoques no atacado dos EUA e dados da inflação na China (CPI e PPI de março). Ocorrerão ainda a cúpula da Celac em Honduras e um fórum da OCDE na Turquia.
Na quinta-feira, são esperadas reuniões do Eurogrupo e Ecofin. Na sexta-feira, Alemanha e Reino Unido publicam dados de inflação e produção industrial. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa.
Mercado financeiro hoje: os principais assuntos desta segunda-feira
Com temor de recessão, bolsas internacionais entram no ‘modo pânico’
Não há trégua na aversão a risco diante da guerra comercial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Os futuros de Nova York e as bolsas europeias afundam, sendo que a Bolsa de Frankfurt chegou a desabar 10% mais cedo refletindo o medo de uma recessão mundial. As ações de bancos dos EUA e da Europa operam em forte baixa.
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As bolsas asiáticas também tombaram, com a de Hong Kong sofrendo a maior queda em um único pregão desde 1997. Na sexta-feira (4), Pequim anunciou tarifas de 34% a importações dos EUA, em resposta ao total de 54% de tarifas impostas por Trump e o governo chinês prepara “esforços extraordinários” para compensar os efeitos das tarifas.
O Banco do Povo da China (PBoC, pela sigla em inglês) poderá cortar taxas de juros a qualquer momento e o governo garantiu que seguirá dando apoio para companhias estrangeiras, mesmo as americanas. Mais de 50 países já pediram negociações sobre tarifas.
No domingo (6), Trump disse que “não quebrou o mercado de propósito” e que “não pode prever” o que acontecerá com o mercado de ações.
Boletim Focus traz novas apostas para economia
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (7), os principais indicadores da economia, sendo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic – veja os detalhes aqui.
A mediana do relatório do BC para inflação brasileira em 2025 se manteve em 5,65%, ainda acima do teto da meta (4,50%). Nos anos seguintes, também houve estabilidade no IPCA: em 2026, segue em 4,50%, em 2027, 4,00% pela 7ª semana consecutiva, e para 2028, ficou em 3,78% pela 3ª semana consecutiva.
Em relação à taxa de juros brasileira, também houve estabilidade. A Selic para 2025 ficou em 15% e, em 2026, 12,50%. Já em 2027 e 2028, foram 10,50% e 10% respectivamente, segundo o boletim Focus.
Commodities: petróleo e minério enfrentam forte queda
O petróleo chegou a recuar mais de 3% nesta segunda-feira, ampliando perdas da semana passada e renovando mínimas desde 2021, em meio a temores de que a crescente guerra comercial gere uma recessão global e enfraqueça a demanda pela commodity. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI e Brent recuavam 1,36%.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 3,29%, cotado a 720 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 98,86.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 2,42% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h45 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 3,43% no mesmo horário.
Expectativas para o Ibovespa hoje
O EWZ (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação negociado em NY), que replica o desempenho das principais ações brasileiras, caía 3,31% às 8h45 no pré-mercado, sinalizando um dia de perdas fortes para o Ibovespa hoje em meio aos tombos das commodities.
Para o Brasil, as tarifas de 10% são vistas como um cenário menos adverso, podendo até beneficiar alguns setores. Mas uma desaceleração da China ou uma recessão global não poupariam a economia brasileira.
No Congresso, o PL de Jair Bolsonaro iniciou obstrução nas votações na Câmara dos Deputados, mas não conseguiu levar a plenário o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas.
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Galípolo convocou no sábado uma reunião com representantes dos maiores bancos privados do País para discutir a operação entre o BRB e o Banco Master.
- CDBs do Master bombam no mercado secundário e oferecem 160% do CDI; especialistas explicam os riscos
Principal acionista do BTG, André Esteves articula apoio dos três maiores bancos privados do País – Itaú, Bradesco e Santander – para viabilizar uma solução envolvendo o Banco Master. A proposta prevê o uso de uma linha emergencial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e pode repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast