

As decisões sobre taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) estarão no foco dos investidores nesta Super Quarta (19), em especial a coletiva do presidente da autoridade monetária dos EUA, Jerome Powell, e o comunicado do Banco Central (BC) do Brasil. Ainda no mercado financeiro hoje, o BC deve realizar leilões de linha, hoje e quinta-feira (20), com oferta total de até US$ 4 bilhões, para a rolagem do vencimento de 2 de abril de 2025.
Ainda na agenda econômica hoje, são aguardados o Boletim Macrofiscal e o Prisma Fiscal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agendas nos Estados de Ceará e Rio Grande do Norte para participar de eventos do governo federal, com retorno a Brasília ao final do dia.
Na Europa, dois dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) participam de eventos: Luis De Guindos e Frank Elderson. Na China, o Banco do Povo (PBoC, o banco central do país) define os juros das LPRs (taxa de juros de referência a empréstimos) de 1 e 5 anos.
Mercado financeiro hoje: os principais assuntos desta quarta-feira
O que esperar do juros no Fed?
A expectativa é de que os juros do Fed permaneçam estáveis em 4,25% a 4,50% ao ano e as atenções ficarão sobre o gráfico de pontos e Powell, que tende a aguardar mais dados para tomar decisões diante das incertezas sobre o impacto das tarifas do governo de Donald Trump, bem como em relação ao cenário de inflação e crescimento dos Estados Unidos.
A ferramenta de monitoramento do CME Group indica chances majoritárias de apenas duas reduções nas taxas neste ano, com a primeira mais provável em junho.
Bolsas internacionais aguardam decisão do Fed
As bolsas europeias têm sinais difusos e o fôlego é curto no mercado futuro das bolsas de Nova York e entre os Treasuries (títulos da dívida estadunidense), enquanto o dólar hoje avança por cautela antes da decisão do Fed.
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O Banco do Japão manteve os juros em 0,50%, como o esperado, e há expectativas pelo BC chinês. Na Turquia, a lira atingiu mínima recorde e ações tombam após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, por suspeita de liderar uma organização criminosa.
BC oferta até US$ 2 bilhões em leilão
O Banco Central fará dois leilões de linha simultâneos no mercado de câmbio, com oferta total de até US$ 2 bilhões, das 10h30 às 10h35, e vai repetir operação semelhante na quinta-feira.
Decisão do Copom: o que esperar para a Selic?
Nesta quarta-feira, a decisão do Copom deve entregar a prometida terceira alta consecutiva de 1 ponto porcentual da taxa Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano. Economistas dizem que a autarquia precisará de mais dados para ensaiar o fim do ciclo de aperto, mas deve reduzir o ritmo das elevações. O Copom anuncia decisão após as 18h30.
Commodities: petróleo e minério recuam
O petróleo reduz perdas após notícia de que a Rússia lançou uma série de ataques com drones contra a Ucrânia, um dia depois de aceitar um acordo de cessar-fogo limitado. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI para maio caía 0,16%, enquanto o do Brent para o mesmo mês recuava 0,19%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 2,12%, cotado a 760 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 105,12 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,29% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h15 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,22% no mesmo horário.
Expectativas para o Ibovespa hoje
A Ibovespa hoje pode cair, bem como as ações de Vale e Petrobras podem ficar pressionadas pelas perdas das commodities, em meio a repercussões de balanços do quarto trimestre.
Os juros futuros podem ter oscilações mais contidas, como os Treasuries, dadas as expectativas pelo desfecho dos encontros do Fed e do Copom.
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No câmbio, os leilões de linha de até US$ 2 bilhões nesta quarta podem amenizar a influência da alta externa do dólar na precificação do real, à medida que uma outra operação semelhante já está marcada para quinta-feira, dando previsibilidade aos negócios no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast