Na agenda econômica hoje, serão divulgados o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de maio, o boletim Focus e o PMI industrial do Brasil em maio. Enquanto isso, Galípolo tem reuniões fechadas à tarde com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Febraban, antes de participar de debate aberto sobre “Conjuntura Econômica Brasileira”.
A Câmara dos Deputados realiza uma sessão presencial nesta segunda, que será a única da semana na Casa por causa do Fórum Parlamentar do BRICS (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Nos próximos dias, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de abril e o Índice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de maio saem na terça-feira (3); a balança comercial, na quinta-feira (5); e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio, na sexta-feira (6).
No exterior, três leituras de PMIs Industrial de maio da S&PGlobal, ISM e S&P Global/JPMorgan serão publicadas nos EUA nesta segunda-feira. Entre os eventos, o presidente do Fed, Jerome Powell, discursa junto com os dirigentes do Fed de Dallas, Lorie Logan, e do Fed de Chicago, Austan Goolsbee.
Ainda na semana, serão publicados PMIs composto e de serviços de países europeus, dos EUA e China, na quarta-feira (4); e o relatório de empregos americano, o payroll, na sexta-feira.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia decisão de juros, na quinta-feira, seguida de entrevista coletiva de sua presidente, Christine Lagarde. A China divulgará seus índices de inflação de maio no domingo.
Mercado financeiro hoje: os principais assuntos desta segunda-feira (2)
Trump dobra tarifas sob aço e alumínio
O presidente dos EUA, Donald Trump, aumentará as tarifas do aço em 25%, totalizando uma taxa de 50%, visando proteger a indústria siderúrgica dos EUA, a partir de quarta-feira (4).
“Não vamos permitir que aço seja vendido no exterior sem a devida proteção. As taxas protegem o aço dos EUA contra dumping (prática de vender produtos a preços inferiores ao custo de produção). Ninguém vai evitá-las”, disse.
Bolsas internacionais adotam cautela após falas de Trump
O cenário internacional é de cautela após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que dobrará as tarifas sobre aço e alumínio.
Além disso, declarações do secretário de Defesa dos EUA sobre reforço das defesas marítimas diante de uma possível invasão chinesa a Taiwan provocaram forte reação da China, que alertou Washington a não “brincar com fogo”. O Ministério do Comércio chinês também negou ter violado o acordo comercial firmado com os EUA em Genebra, como acusou Trump na sexta-feira (30).
Para tentar acalmar os ânimos, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que uma conversa entre Trump e Xi Jinping pode ocorrer em breve. Trump, por sua vez, afirmou que uma derrota nos tribunais americanos sobre as tarifas significaria a ruína econômica do país.
Em meio ao aumento das tensões comerciais, bolsas asiáticas, europeias e os futuros de Nova York operam em baixa. Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem e o dólar hoje recua frente a moedas fortes, enquanto investidores aguardam dados de PMIs e discursos de autoridades do Fed, incluindo Jerome Powell.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, destacou que a desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) é um alívio, mas alertou para possíveis riscos inflacionários no futuro.
Moody’s muda nota do Brasil
A agência de avaliação de risco de crédito Moody’s mudou a perspectiva para o rating (avaliação que mostra o risco de crédito de uma empresa) do Brasil de positiva para estável, argumentando que a alteração reflete uma redução dos riscos de crédito positivos diante de uma deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida – saiba mais nesta matéria.
Boletim Focus: o que esperar da inflação e juros no País
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (2), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
No relatório do BC, a mediana das projeções para inflação brasileira em 2025 teve nova melhora, passando de 5,50% a 5,46%, acima do teto da meta (4,50%). Em relação aos juros brasileiros, as projeções do boletim Focus se mantiveram estáveis – veja todos os detalhes nesta matéria.
Commodities: petróleo salta 3%, enquanto minério não opera
Entre as commodities hoje, o petróleo sobe mais de 3% após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar que manterá o ritmo de aumento da produção em julho, em meio às tensões crescentes entre Rússia e Ucrânia. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI para julho avançava 3,26%, enquanto o do Brent para agosto subia 2,82%.
Enquanto isso, o minério de ferro não teve operação nos mercados de Dalian, devido a um feriado na China. Após um tombo de quase 10% em abril, os preços do minério de ferro se recuperaram parcialmente em maio – veja o que esperar do minério para os próximos meses.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,11% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 1,47%.
O que esperar do Ibovespa hoje
Os mercados devem repercutir o anúncio de elevação das tarifas ao aço e alumínio pelos EUA e também o rebaixamento pela Moody’s do Brasil. A forte alta do petróleo deve beneficiar a Petrobras e o Ibovespa hoje que acumulou ganhos pelo terceiro mês seguido em maio (+1,45%), ampliando sua valorização para 13,92% no acumulado do ano.
Também favorece alívio ao real, bem como o dólar mais fraco frente às moedas emergentes ligadas a commodities nesta manhã. No pré-mercado em Nova York, o EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado emF bolsa de valores como se fosse uma ação) brasileiro estava estável.
No mercado financeiro hoje de juros, mesmo com a desaceleração da inflação e perspectiva de que o ciclo de alta da Selic se encerrou, a desacoragem das expectativas segue no foco em meio a preocupações fiscais e a questão do IOF, após o Congresso dar dez dias para o governo apresentar alternativas ao aumento do imposto.
* Com informações do Broadcast