

A agenda econômica desta quinta-feira (20) traz uma sessão conjunta do Congresso Nacional para a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. O mercado financeiro hoje também inclui a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. Entre os indicadores, há a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de março.
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Ainda na agenda econômica hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja a Jucurutu, do Rio Grande do Norte, para inauguração da Barragem de Oiticica, depois cumpre agenda em Fortaleza e retorna à Brasília à noite. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa do programa Bom Dia, Ministro, da EBC, pela manhã, e dará entrevista à GloboNews à tarde.
O Tesouro faz leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa).
Mercado financeiro hoje: o que ganha destaque nesta quinta-feira
Cautela paira sob bolsas internacionais com tarifas de Trump
O tom é de cautela no mercado internacional, um dia após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e antes do desfecho do Banco da Inglaterra, que, assim como o Fed, deve manter os juros inalterados em 4,5%, interrompendo o ciclo de cortes devido às incertezas da política tarifária do governo Trump. O presidente dos EUA afirmou que o Fed deveria reduzir os juros por causa dos efeitos das novas tarifas.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou que um aumento de tarifas dos EUA sobre importações da União Europeia (UE), seguido de medidas retaliatórias do bloco, poderia enfraquecer o crescimento econômico da zona do euro e impulsionar a inflação. Veja detalhes sobre o pregão das principais bolsas europeias aqui.
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Nesta quinta-feira, o Banco Central da Suíça cortou sua taxa básica em 25 pontos-base, para 0,25%, enquanto o da Suécia manteve sua taxa principal em 2,25%. Já o Banco Central da China não alterou suas taxas pelo quinto mês consecutivo.
Os índices futuros das bolsas de valores de Nova York e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam, após o Fed manter a previsão de dois cortes de juros em 2024. O dólar hoje avança ante euro e libra, mas cai em relação ao iene.
Selic atinge maior taxa desde outubro
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 100 pontos-base, para 14,25% ao ano, em decisão unânime, cumprindo o forward guidance (projeção) do Banco Central (BC). A taxa atinge agora seu maior nível nominal desde outubro de 2016, alcançando o mesmo patamar registrado durante a crise do governo Dilma Rousseff (PT), quando a Selic foi mantida em 14,25% entre 2015 e 2016. O ministro Fernando Haddad afirmou que só comentará a decisão após a publicação da ata do Copom, na próxima terça-feira (25).
BC oferta até US$ 2 bilhões em novo leilão: como o dólar deve reagir?
O Banco Central fará dois leilões de linha simultâneos no mercado de câmbio, com oferta total de até US$ 2 bilhões, das 10h30 às 10h35.
O dólar em alta generalizada no exterior e a fraqueza das commodities tendem a pressionar o real para baixo na abertura dos negócios. No entanto, a realização de mais dois leilões de linha do BC pode aliviar os ajustes da taxa de câmbio. Nesta quinta-feira, o dólar abriu em alta de 0,25%, a R$ 5,6624.
O mercado de juros se ajusta ao comunicado do Copom, o que pode trazer viés de baixa nos juros curtos, diante da percepção de proximidade do fim do ciclo de alta de juros. A queda dos rendimentos dos Treasuries pode também aliviar a curva.
Commodities: minério recua e petróleo opera em estabilidade
O petróleo operava perto da estabilidade, após ganhos de quarta-feira (19), de olho em tensões no Oriente Médio e entre Rússia e Ucrânia. No início da manhã, o barril do petróleo WTI e do Brent para maio estavam com preços estáveis.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,46%, cotado a 762 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 105,37 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,59% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h17 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,21% no mesmo horário.
Expectativas para o Ibovespa hoje após decisão sobre Selic
O Ibovespa hoje pode ser impactado pelo sinal negativo em Nova York e pela fraqueza nos preços do petróleo e do minério de ferro.
Analistas apontam que o ajuste nos juros hoje deve ser moderado, com leve baixa nos vencimentos mais curtos, diante da proximidade do fim do ciclo de aperto monetário. O real pode se beneficiar do ingresso de fluxo especulativo tanto pela decisão do Copom quanto pela manutenção dos juros nos EUA.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou a 0,28% na segunda prévia de março, após registrar alta de 0,92% em igual leitura de fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
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O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, afirmou que o atraso na votação do texto foi positivo, pois “deu tempo ao governo de modificar várias rubricas”, e pode repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast