A decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) é o destaque desta quinta-feira (6), juntamente com a coletiva à imprensa com a presidente da instituição, Christine Lagarde. No Brasil, integrantes do Banco Central (BC) ficam no foco. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, participam de eventos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará a quarta visita ao Rio Grande do Sul desde que a região foi devastada por enchentes.
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Os sinais são mistos nas praças internacionais, com os futuros de Nova York perto da estabilidade e bolsas europeias em alta antes da decisão do BCE. A expectativa do mercado é de que a instituição inicie um novo ciclo de corte de juros, reduzindo suas taxas em 25 pontos-base, para 3,75% a de depósito, 4,25% a de refinanciamento e 4,50% a de empréstimo.
Indicadores da região ficam em segundo plano. As vendas no varejo da zona do euro caíram 0,5% em abril ante março, frustrando a estimativa de analistas de alta de 0,2%. Já as encomendas à indústria da Alemanha caíram 0,2% em abril ante março, contrariando a aposta de alta de 0,5%.
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Em NY, a correção no mercado futuro se dá após um dia de ganhos generalizados nas bolsas, com novas máximas históricas do S&P 500 e do Nasdaq, com salto das ações da Nvidia (NVDC34) e após dados mais fracos do que o esperado do mercado de trabalho dos EUA ajudaram a consolidar apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará a reduzir juros em setembro.
Enquanto isso, as bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, pegando carona em recorde dos mercados em NY. Tóquio foi impulsionada pelos bancos, mas China recuou.
Agenda econômica no Brasil
A falta de tração dos futuros de NY pode limitar o fôlego do Ibovespa – que teve seu sexto pregão em queda na última quarta-feira -, enquanto o dólar mais fraco ante outras moedas emergentes, como peso mexicano e lira turca, tende a ser uma sinalização positiva para o real. Perto das 7 horas, o EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, operava estável no pré-mercado em NY.
Já as commodities operam em alta. O petróleo estende os ganhos da véspera, com o Brent subindo 0,28%, a US$ 78,69 por barril, e o WTI avançando 0,34%, a US$ 74,41. O minério de ferro, por sua vez, fechou em alta de 0,96% em Dalian, na China, a US$ 115,83, após cair nos últimos 10 pregões.
A decisão do BCE também pode trazer algum ajuste aos ativos. E o mercado repercute a aprovação no Senado do projeto de lei que institui o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), de incentivo ao setor automotivo e à descarbonização da frota.
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Com a proposta, foi aprovada a taxação de compras internacionais com valor de até US$ 50. As associações do varejo e da indústria nacional elogiaram a decisão, vista como “um passo relevante para o debate sobre a necessária busca de isonomia tributária entre as plataformas estrangeiras de e-commerce e as dezenas de setores econômicos brasileiros, que representam mais de 18 milhões de empregos no País”.
Os senadores também rejeitaram um trecho que previa porcentuais mínimos de conteúdo local para obras no setor de óleo e gás e, com as duas alterações, o projeto terá de ser votado de novo pelos deputados.
Agenda do dia
A agenda desta quinta-feira traz dois eventos com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (9h00 e 19h30). O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, também discursa (12h00). O BC divulga o Relatório de Economia Bancária (8h00) e diretores do BC participam de coletiva sobre o documento (11h00).
Entre os indicadores, destaque para a balança comercial de maio (15h00) e o Tesouro realiza leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa) (11h00).
No exterior, o BCE decide sua taxa de juros (9h15), evento que é seguido de coletiva à imprensa com a presidente da instituição, Christine Lagarde (9h45).