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Mercado hoje: falas de dirigentes do Fed e agenda política no Brasil ficam no radar em meio a exterior cauteloso

Dados econômicos na Europa e alta do petróleo dão o tom desta quarta-feira (6)

Banco central americano é responsável por estipular as taxas de juros do país (Foto: Envato Elements)

A quarta-feira (6), véspera de feriado de Independência do Brasil, traz uma agenda mais robusta no exterior, com os índices de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos Estados Unidos, discursos de duas dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Livro Bege.

No Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, e dirigentes da instituição, testemunham no Tesouro britânico sobre política monetária. No Brasil, sai o Índice Geral de Preços (IGP-DI) de agosto e o leilão de prefixados do Tesouro, adiantado para esta quarta-feira por causa do feriado.

A quarta-feira é de cautela nos mercados internacionais, com petróleo em alta, com o Brent voltando a bater US$ 90 o barril mais cedo. Os futuros de Nova York recuam, assim como as bolsas europeias, que são pressionadas por indicadores fracos na região.

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As encomendas à indústria da Alemanha caíram 11,7% em julho ante junho, bem mais do que a previsão de analistas (-3,5%). As vendas no varejo da zona do euro caíram 0,2% em julho ante junho, quando analistas projetavam baixa de 0,3%. A Capital Economics projeta que os juros altos e a renda contida devem frear o consumo ao longo deste segundo semestre na zona do euro.

Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE) François Villeroy afirmou que as alternativas “estão em aberto” para a próxima decisão de política monetária do BCE, no dia 14. Já Klaas Knot , membro do conselho do BCE, disse que estão “talvez” subestimando a probabilidade de que o aperto monetário aconteça.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por sua vez, recomenda em relatório que o BCE mantenha política restritiva “o tempo necessário” para garantir a volta da inflação à meta.

No Brasil

O tom defensivo das bolsas no exterior tende a afetar o Ibovespa e o feriado amanhã sugere que os mercados podem adotar uma postura mais cautelosa em meio a persistentes incertezas na seara fiscal. As ações de bancos devem ficar mais pressionadas após a Câmara dos Deputados aprovar o texto-base do projeto de lei que cria o Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo, que prevê limite para juros no cartão de crédito rotativo.

O dólar mais fraco ante moedas fortes e algumas divisas ligadas a commodities pode tirar pressão ante o real e da curva de juros, que tende a ser afetada também pelo recuo dos retornos dos Treasuries. Por outro lado, o IGP-DI de agosto deve trazer a primeira alta desde fevereiro, o que pode pressionar as taxas curtas.

A reforma ministerial está no radar e a demora do presidente Lula (PT) para resolver a questão vem alimentando descontentamentos no Congresso e dentro do próprio governo nos últimos dois meses. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ontem que recebe “com satisfação” a notícia de que o governo federal está discutindo uma proposta de reforma administrativa.

Agenda

A agenda desta quarta-feira (6) traz a divulgação dos índices de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos Estados Unidos medidos tanto pela S&P Global quanto pela ISM (10h45 e 11h00). Duas dirigentes do Federal Reserve discursam: Susan Collins, de Boston (9h30), Lorie Logan, de Dallas (15h00). O Fed publica o Livro Bege (15h00).

A API divulga os estoques de petróleo nos EUA (17h30). O presidente do BoE, Andrew Bailey, e dirigentes do BOE, testemunham no Comitê Especial do Tesouro britânico sobre política monetária (10h15). No Brasil, destaque ao IGP-DI de agosto (8h00) e ao leilão de prefixados do Tesouro (11h00).