A agenda desta quarta-feira (17) reserva pronunciamentos de vários dirigentes de Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) em fórum do Instituto Internacional de Finanças (IIF), nos Estados Unidos. Além disso, em Washington, prosseguem as reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
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Por lá, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participam de vários compromissos e da reunião de ministros das Finanças e de presidentes de Bancos Centrais do G20 – grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
O Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed) e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), uma espécie de prévia do produto Interno Bruto (PIB), também serão publicados nesta quarta-feira.
Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam nesta manhã de quarta-feira, após registrarem as máximas desde novembro na tarde da terça-feira, na esteira do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele apontou que os juros devem ficar restritivos por mais tempo para conter a inflação, intensificando as apostas do mercado por um único corte de juros em 2024 no CME Group.
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Também, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, que tem poder de voto neste ano, disse que alguns dados recentes, incluindo o índice de preços ao consumidor (CPI), não “apoiaram” uma aterrissagem suave da economia americana.
Os índices futuros de Nova York avançam levemente e o destaque ficam com papéis do setor aéreo, beneficiados pelo salto de mais de 5% da ação da United Airlines no pré-mercado, estendendo ganho do after hours (pós fechamento) após relatar prejuízo menor do que o esperado e alimentar expectativas por uma demanda fortalecida por viagens aéreas nos Estados Unidos. Veja como encerrou o pregão em Nova York, nessa terça-feira (16) nesta matéria.
O dólar cede frente outras moedas principais e algumas emergentes ligadas a commodities, com ajustes e expectativas dos investidores por discursos de dirigentes de bancos centrais ao longo do dia, além do Livro Bege, enquanto seguem atentos à geopolítica no Oriente Médio, visto que Israel ameaçou retaliar pelos ataques aéreos que sofreu do Irã no fim de semana. O petróleo mantém ligeira baixa por fator técnico relacionado a aumento de estoques americanos da commodity e a sinalização de paciência do Fed na política monetária dada a persistência da inflação.
As bolsas europeias sobem e recuperam parte das perdas dessa terça-feira, após dados mostrarem arrefecimento da inflação na zona do euro e no Reino Unido e em meio a balanços de empresas locais. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira em meio a dúvidas sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos e tensões no Oriente Médio.
Agenda econômica no Brasil
O ambiente positivo nas bolsas lá fora nesta manhã e alta de 4,25% do minério de ferro em Dalian devem apoiar uma recuperação do Ibovespa, após o índice recuar pelo quinto pregão consecutivo, aos 124.388,62 pontos, nessa terça-feira.
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O American Depositary Receipt (ADR, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) sobe no pré-mercado em meio a avaliações dos resultados de produção e vendas no 1º trimestre deste ano.
A queda do petróleo é contraponto e deve a pesar nas ações da Petrobras (PETR3; PETR4), em meio ao compasso de espera pela distribuição dos dividendos extras, tema que deve entrar na pauta da reunião ordinária desta sexta-feira (19) e tende a ser definido até a assembleia geral de acionistas, no dia 25 de abril.
Nessa terça-feira, o desembargador Marcelo Saraiva, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, suspendeu o afastamento do presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Sampaio Mendes, do cargo. E o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que os recentes acontecimentos no Oriente Médio não simbolizam “nada relevante até agora em termos de preço” e que deve haver impacto no preço “se [o conflito Israel-Irã] virar uma coisa maior que uma rusga”.
O recuo dos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e do dólar pode aliviar os ajustes nos mercados de juros futuros e de câmbio, após o estresse de terça-feira com os juros americanos e a percepção fiscal mais negativa no Brasil, o que elevou juros futuros e o dólar à vista aos R$ 5,2688 no fechamento, pela quinta sessão consecutiva, acumulando ganho de 5,21% no período e de 8,56% neste ano.
Os investidores vão repercutir ainda o IBC-BR, para o qual é esperada a sexta alta consecutiva em fevereiro, e ficar atentos a Haddad e Campos Neto em Washington, onde o presidente do BC reúne-se ainda com investidores e concede entrevista ao IMF Today, do FMI, com previsão de ir ao ar no site do fundo monetário a partir das 14 horas pelo horário de Brasília.
Agenda do dia
O IBC-BR de fevereiro é o destaque local (9h). O mercado prevê o sexto crescimento consecutivo da atividade econômica, de 0,30% em fevereiro, após avanço de 0,60% em janeiro, apoiado nas vendas do varejo, na esteira dos ganhos de renda da população, apurou o Projeções Broadcast. A Câmara Municipal de São Paulo deve votar o projeto de lei que dá aval à privatização da Sabesp (SBSP3) na Capital paulista.
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Nos EUA, os dirigentes do BCE Piero Cipollone (10h), Pablo Hernández de Cos (12h) e Isabel Schnabel (12h45) estarão em fórum do IIF, além do presidente do BoE, Andrew Bailey (13h) e a diretora do Fed, Michelle Bowman (19h30). Ainda a presidente da distrital de Cleveland do BC americano, Loretta Mester, fala em outro evento (18h30). O Monitor Fiscal do FMI (10h), o Livro Bege do Fed (15h) e o balanço da Alcoa, após o fechamento dos mercados, também estão programados.