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Mercado hoje: índice de preço, dados de emprego e persistentes quedas de petróleo e minério movimentam as bolsas

No exterior, webinar do diretor do Federal Reserve e lucro industrial da China serão monitorados

Painel do Ibovespa (Foto: Werther Santana/Estadão)

A presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente da França, Emmanuel Macron, no Fórum Econômico Brasil-França, na Fiesp, em São Paulo, será acompanhada pelos investidores nesta quarta-feira (27).

Macron e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançam um novo submarino em Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde a máquina foi construída com cooperação tecnológica francesa.

O diretor de Regulação do Banco Central Otavio Damaso e o membro do Banco Central Europeu (BCE), Frank Elderson, participam de evento sobre Riscos Financeiros Relacionados ao Clima, no Rio de Janeiro, e o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, profere aula na Unicamp.

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Na agenda de indicadores, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado, conhecido como a inflação do aluguel) de março e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro são os destaques, além da publicação de vários balanços do 4º trimestre no fim do dia. Sem dados relevantes nos EUA, os mercados ficam à espera de webinar do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Christopher Waller.

Os mercados passam por ajustes finos de olho no noticiário corporativo em meio à agenda fraca nos EUA e por expectativas pelo importante índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária preferida do BC americano, e um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira (29).

Os índices futuros em Nova York e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) mostram fôlego curto, enquanto o dólar oscila perto da estabilidade. A divisa americana recuava ante o iene japonês, que ensaia recuperação após atingir seu nível mais fraco em 34 anos em meio a esperanças cada vez menores de que o Banco do Japão (BoJ) possa elevar seu juro básico de novo, depois de tirá-lo do nível negativo na semana passada.

Na Europa, os sinais estão mistos nas bolsas, com investidores de olho na queda do petróleo, recuo de 3,53% do minério de ferro, na China, e repercutindo dados de sentimento econômico da zona do euro apontando ligeira melhora em março.

Na Suécia, o Banco Central decidiu manter sua taxa básica de juros em 4%, mas adiantou que poderá começar a reduzir a taxa em maio ou junho se a “perspectiva de inflação permanecer favorável”.

Na China, o lucro industrial teve expansão anual de 10,2% no primeiro bimestre de 2024, depois de cair 2,3% em todo o ano passado, mas ficou em segundo plano nas bolsas, que foram pressionadas por ações de tecnologia.

No Brasil

Persistentes quedas de petróleo e minério de ferro devem pesar na bolsa local, ainda que os sinais positivos em Nova York possam amenizar. Os investidores devem repercutir os dados do Caged e vários balanços de setores frigorífico e varejo, como JBS e CVC.

Segundo o Projeções Broadcast, a mediana do mercado indica a criação líquida de 232,5 mil vagas com carteira assinada em fevereiro, após um saldo positivo de 180.395 em janeiro. Já a mediana para o IGP-M deve cair 0,25% em março, após recuar 0,52% em fevereiro, e em 12 meses, a estimativa intermediária indica deflação de 4,05%, ante queda de 3,76% até fevereiro.

Nesta terça-feira (26), após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado continuou dividido sobre os próximos passos da política monetária. O documento atrelou a definição do ritmo e da taxa terminal de juros à evolução dos dados da economia doméstica e global.

Apesar da baixa incidência de revisões nos cenários oficiais, porém, aumentou a percepção dos agentes sobre a possibilidade de redução do ritmo de cortes para 0,25 ponto porcentual já na reunião de junho.

Após subirem ontem, dólar e juros futuros devem continuar sensíveis também à volatilidade dos rendimentos dos Treasuries e, no câmbio, já pode ter maior influência técnica da rolagem de contratos futuros em véspera de formação da última Ptax de março, nesta quinta-feira (28).

Na seara fiscal, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o segundo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas deve ser mais preciso que o divulgado na semana passada. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que iria protocolar ainda ontem os projetos de lei que tratam do Perse e da desoneração da folha dos municípios.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu a possibilidade de a meta de superávit de 2025 não ser de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme o previsto no novo arcabouço fiscal e atrelou o alcance deste objetivo à aprovação de pautas no Congresso Nacional, em entrevista à CNN.

Agenda

A agenda local traz o IGP-M de março (8h) e o Caged de fevereiro (14h) estão programados na agenda do dia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista à Rádio Itatiaia (7h30). O diretor de Regulação do BC Otavio Damaso (9h) e o membro do BCE, Frank Elderson (9h30) participam de evento no Rio.

O presidente Lula lança um novo submarino ao lado do francês Emmanuel Macron (10h40). Haddad, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da França, Emmanuel Macron, estarão no Fórum Econômico Brasil-França (14h).

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, dará entrevista sobre transações tributárias na Receita Federal (14h30). O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, profere aula na Unicamp (17h30). No setor corporativo, Marfrig, Rumo, Hapvida, Oi e Marisa lojas divulgam balanços do 4º trimestre, após o fechamento do mercado.

O Banco Central da África do Sul publica decisão de política monetária (10h) e, nos EUA, saem dados de estoques de petróleo (11h30). A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen discursa (15h30) e o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, participa de webinar (19h).