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Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,50% ao ano

Estresse na curva de juros abre oportunidade para prefixados e indexados à inflação; veja quanto rende investir

Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,50% ao ano
Inflação e investimentos em renda variável e fixa. (Foto: Adobe Stock)
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  • O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros do País em 10,50% ao ano
  • Esta é a segunda reunião desde que o ciclo de afrouxamento monetário começou em que o grupo opta pela manutenção, e não queda, da taxa
  • Para especialistas, estresse na curva de juros abriu oportunidades para títulos prefixados e indexado à inflação; veja quanto rende investir

O Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, na reunião realizada nesta quarta-feira (31). Está é a segunda vez em que o grupo monetário decidiu pela manutenção do patamar de juros, desde que o ciclo de cortes foi iniciado em agosto de 2023.

A decisão já era esperada pelo mercado financeiro, que acompanhou um aumento das expectativas para a inflação nas últimas semanas. O consenso é de que, em setembro, o Copom precisará elevar novamente a Selic – um movimento visto pela última vez em agosto de 2022.

Por trás dessa elevação de juros, há um conjunto de fatores econômicos. Veja nesta reportagem, o porquê do mercado projetar inflação e juros mais altos no futuro, e os impactos nos investimentos.

Como ficam os investimentos com a Selic a 10,50%

Desde maio, o contexto de aumento da incerteza fiscal e pessimismo no exterior já havia criado um movimento de oportunidade na renda fixa. Os títulos do Tesouro Direto viram suas taxas subirem e, desde então, são negociados a um patamar de “juros de crise”, acima de 6% na ponta prefixada. Segundo os especialistas, o momento favorece o investimento sobretudo em dois tipos de ativos: os prefixados e os indexados à inflação.

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Apesar dessa mudança nas expectativas, o movimento da curva de juros parece “exacerbado”, destaca Odilon Costa, estrategista de renda fixa e crédito privado do Grupo SWM. “A taxa forward – que reflete, a partir da curva de juros, quanto o mercado remunera as aplicações pré-fixadas – para esses períodos estão próximas de 10,25% e 11,0%. Apesar de esperarmos um ciclo mais conservador de queda da Selic, achamos difícil imaginar uma taxa terminal tão elevada em 2025”, explica.

Por isso, a adição de ativos prefixados na carteira passa a fazer sentido, especialmente para prazos intermediários. Essa também é a visão de Wellington Gonçalves, analista de renda fixa da Ágora Investimentos, que vê boas oportunidades na renda fixa prefixada com vencimentos inferiores a dois anos. “Se o cliente consegue garantir no curto e médio prazo uma taxa pré-fixada alta, mesmo diante de situações adversas de mercado ele consegue garantir um ganho maior do que caso ele alocasse em ativos pós-fixados”, afirma Gonçalves.

Para prazos de vencimento mais longos, quem passa a ganhar maior atratividade é o IPCA+. Além de estarem sendo negociados a taxas acima de 6%, um nível de juros real bastante elevado, os títulos atrelados à inflação garantem certa proteção à carteira do investidor. Um ponto importante dado às incertezas fiscais do cenário de médio e longo prazo.

“As taxas reais oferecidas nesses ativos, principalmente os de vencimento mais longo, se apresentam em níveis que, estatisticamente, não costumam aparecer com frequência, apresentando uma boa oportunidade para o investidor que busca alta rentabilidade no médio e longo prazo. Cabe ressaltar que a volatilidade nesses títulos IPCA+ de vencimento superior, são bem altas, sendo apropriada para investidores de perfil mais arrojado”, destaca Leandro Ormond, analista da gestora de patrimônio Aware Investments.

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Um levantamento feito por Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, mostra a rentabilidade bruta e líquida dos principais ativos da renda fixa com a Selic de 10,50% ao ano. A simulação levou em conta uma estimativa de CDI de 11,02% em 1 ano, com base no contrato de DI futuro, e uma expectativa de inflação em 12 meses de 3,61%, baseado na projeção do Boletim Focus.

Apesar da janela de oportunidade para investir em prefixados e IPCA+, ainda são os títulos incentivados quem oferecem os melhores retornos ao investidor. Por serem isentos de Imposto de Renda, Letra de Crédito Imobiliário (LCIs), Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Debêntures Incentivadas de 95% do CDI, por exemplo, garantem retornos líquidos superiores ao de um Certificado de Depósito Bancário (CDB) prefixado a 11,85% ao ano ou de um pós-fixado a 108% do CDI.