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Quanto rende a poupança com a nova Selic de 10,50%? Veja simulações até R$ 50 mil

Ganhos do investimento mais tradicional do País dependem dos juros Selic, cuja taxa foi alterada nesta quarta-feira pelo Banco Central

Quanto rende a poupança com a nova Selic de 10,50%? Veja simulações até R$ 50 mil
A poupança é o investimento mais tradicional entre os brasileiros (Foto: Envato Elements)
  • Apesar de a Selic ainda permanecer em um patamar de dois dígitos, o rendimento da poupança continua em 0,5% ao mês, mais a taxa referencial (TR)
  • Se o investidor busca rentabilidade e segurança, os ativos de renda fixa são alternativas mais interessantes

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (8), reduzir mais uma vez a Selic em 0,25 ponto porcentual. Com o ajuste, a taxa básica de juros passa para o patamar de 10,50% ao ano.

Apesar da recente queda, os juros ainda permanecem elevados no Brasil e tornam os rendimentos dos ativos de renda fixa atrativos, exceto os da poupança.

Desde 2012, após decisão do BC, a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da Selic. Quando ela estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Selic mais a taxa referencial. No entanto, quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a – como ocorre atualmente –, a rentabilidade da poupança muda e passa para 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR), que está em 2% no acumulado dos últimos 12 meses.

Isso significa que o retorno líquido do investimento mais tradicional do País se encontra em média de 7,40% ao ano. Se descontar a inflação, o rendimento chega a 5,77% a.a.

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Com base nessa realidade, a aplicação de R$ 1 mil na caderneta de poupança deve oferecer um retorno de apenas R$ 74 após 12 meses. Caso o correntista decida manter um valor de R$ 10 mil na poupança durante o mesmo período, o investidor teria a mais em dezembro de 2023 cerca de R$ 740 na conta.

A remuneração também segue aquém de outras modalidades de investimentos – e risco semelhante – mesmo com aportes de maior valor. Se o investidor decidir aplicar R$ 50 mil, o retorno em maio de 2025 chegará a R$ 3,7 mil.

Veja a rentabilidade da poupança com a Selic a 10,50% a.a

Valor Rentabilidade líquida Retorno
R$ 1 mil 7,40% R$ 1.074,00
R$ 5 mil 7,40% R$ 5.370,00
R$ 10 mil 7,40% R$ 10.740,00
R$ 25 mil 7,40% R$ 26.850,00
R$ 50 mil 7,40% R$ 53.700,00
Fonte: C6 Bank

Poupança em queda

A caderneta de poupança ainda permanece como o investimento mais popular entre os brasileiros, mas tem sofrido com os altos volumes de saques por três anos consecutivos. Em 2021, os saques dos brasileiros superaram em R$ 35,4 bilhões os depósitos. Já em 2022 e em 2023, as retiradas foram R$ 103,2 bilhões e R$ 87,8 bilhões superiores aos novos aportes, respectivamente, segundo os dados do Banco Central.

O uso da reserva financeira para o pagamento de dívidas em atraso responde pelo principal motivo para esse comportamento. Mas há aqueles que retiraram os recursos da poupança em busca de investimentos com retornos mais atrativos. Um estudo do Banco Central mostrou que o investidor de alta renda está fugindo da caderneta de poupança e levando seu capital para a renda fixa bancária.

A análise avaliou os dados de 57 milhões de clientes das cinco maiores instituições bancárias do Brasil com ao menos R$ 500 aplicados na caderneta de poupança. Desse grupo, 29,5 milhões de investidores sacaram das contas um valor total de quase R$ 279 bilhões, dos quais R$ 201 bilhões foram realocados em outras opções de investimento. Veja os detalhes nesta reportagem.

Há gestoras de recursos também de olho nas oportunidades que esse movimento pode trazer para o mercado de capitais. Com a queda do volume da poupança, outros investimentos devem ser utilizados para o financiamento de empreendimentos imobiliários. É o caso da SPX Capital que planeja lançar um fundo imobiliário de papel com foco em CRIs residenciais.

“Achamos que esse é o investimento mais rápido e com o melhor potencial de valorização por ter uma menor concorrência”, disse Pedro Daltro, sócio e diretor de real estate da SPX Capital em entrevista ao E-Investidor. Confira os detalhes nesta reportagem.

Onde investir com a nova Selic

A previsão de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos e o aumento do risco fiscal no Brasil obrigaram o Copom a reduzir a Selic com uma magnitude inferior aos ajustes anteriores. A situação traz  uma nova perspectiva de investimentos para os agentes de mercado que agora aconselham exposição a ativos com menor risco, como os títulos de renda fixa.

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Entre as opções do mercado, Lais Costa, analista da Empiricus Research, conta que os títulos indexados à inflação com vencimento intermediário, algo em torno de três a cinco anos, oferecem ótimas oportunidades em um contexto de incertezas macroeconômicas. “Gostamos também dos títulos prefixados pelo carrego alto, embora o cenário de fechamento de taxas não esteja mais tão claro”, afirma Costa.

No entanto, ela alerta para os riscos em investir no crédito privado. Para Costa, os juros altos por mais tempo podem pesar sobre o operacional das empresas. “É preciso ser bastante diligente na escolha dos nomes”, orienta.

Já os ativos de renda variável tendem a ser penalizados no curto prazo com os riscos fiscais no radar e incertezas sobre o início de queda de juros nos Estados Unidos.

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