A divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) deve orientar nesta quarta-feira (12) as expectativas para a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em setembro e novembro, uma vez que as apostas por elevação de 25 pontos-base este mês já estão consolidadas. Comentários de quatro dirigentes do Fed podem vitaminar ainda as previsões sobre os próximos passos na política monetária.
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No Brasil, as atenções ficam nos dados de serviços em meio à agenda esvaziada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne-se com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e com a presidente da Caixa, Rita Serrano, para assinatura de um contrato de financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento.
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As apostas em um CPI benigno nos EUA, que pode abrir espaço para o Fed ser mais contido em futuras elevações de juros neste ano, dão suporte aos ganhos nas bolsas internacionais, enquanto os juros dos Treasuries recuam e o dólar registrou mínima em dois meses mais cedo, ampliando perdas das quatro sessões anteriores. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast avaliam que a inflação ao consumidor americano deve ter avançado 3,1% em junho, na leitura anual, representando uma desaceleração dos 4,0% registrados em maio.
Já o núcleo da inflação deverá desacelerar de 5,3% para 5,0% no mesmo período, ainda com sinais de pressões inflacionárias fortes no setor de serviços. Os investidores vão acompanhar ainda os comentários de dirigentes do Fed e o chamado Livro Bege, relatório sobre condições econômicas regionais dos EUA. O petróleo sustenta sinal positivo, ampliando ganhos de mais de 2% de ontem e tocando os maiores níveis desde o fim de abril, com esperanças de que a inflação americana diminua e favoreça a demanda pela commodity.
No Brasil
O ambiente positivo lá fora pode ajudar os mercados locais na abertura dos negócios, quando os dados do setor de serviços no País também serão observados, principalmente nos juros e Bolsa. No entanto, a menos que tragam uma surpresa, com números muito diferentes das previsões dos analistas, o mercado pode manter as apostas majoritárias de corte de 25 PB da Selic em agosto.
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As expectativas no mercado são de que os serviços sejam impulsionados, entre outros vetores, pelo efeito do reajuste adicional do salário mínimo em maio sobre o consumo dos serviços prestados às famílias, avaliam economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.
Ontem (11), o desempenho ruim do setor de serviços nos preços de abertura do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho pressionou para cima os juros pela manhã, levando o mercado a aparar os exageros, na curva de juros, da precificação de cortes da Selic, segundo economistas de bancos. Apesar da deflação de 0,08% do IPCA, a inflação de serviços saltou de -0,06% em maio para +0,62% em junho.
Agenda
O CPI dos EUA em junho (9h30) e a publicação do Livro Bege do Fed (15h) são os principais dados externos. Quatro dirigentes do Fed participam de eventos: Thomas Barkin, de Richmond (9h30); Neel Kashkari, de Minneapolis (10h45); Raphael Bostic, de Atlanta (14h); e Loretta Mester, de Cleveland (17h).
O Comitê Bancário do Senado americano vota as indicações de Philip Jefferson a vice-presidente do Fed e de Lisa Cook e Adriana Kugler a diretoras do BC americano (15h). A Cúpula da Otan prossegue na Lituânia. Os bancos centrais do Canadá (11h) e da Coreia do Sul (22h) divulgam decisões de política monetária.
No Brasil, o volume de Serviços será divulgado na abertura dos mercados (9h). A mediana dos economistas aponta crescimento de 0,4% em maio, após recuar 1,6% em abril, segundo o Projeções Broadcast. Os novos diretores do BC, Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização) tomam posse em cerimônia fechada à imprensa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de Reunião Extraordinária do Conselho de Administração da Itaipu (12h).
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*Com informação da Broadcast