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Mercado hoje: decisões de Copom e Fed sobre juros no Brasil e nos EUA dominam a quarta-feira

Investidor também fica de olho em inflação americana, dados de petróleo e pesquisa de serviços na economia brasileira

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

As decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), nos Estados Unidos, são os destaques desta quarta-feira (13). A decisão do Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense) é acompanhada da atualização de projeções e do gráfico de pontos e por entrevista coletiva com o presidente da instituição, Jerome Powell.

No exterior, destaque ainda para a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre o mercado de petróleo. No Brasil, sai ainda o volume de serviços de outubro.

As bolsas internacionais, na Europa e mercado futuro, em Nova York, operam em leve alta nesta manhã, com as praças do velho continente reagindo a indicadores locais antes da decisão do Fed. A produção industrial da zona do euro recuou 0,7% em outubro, na margem. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda menor, de 0,3%. Já a produção industrial do Reino Unido encolheu 0,8% em outubro ante setembro, abaixo da expectativa de queda de 0,1%.

Os juros dos Treasuries (títulos da dívida dos EUA) operam mistos nesta manhã. O petróleo ronda a estabilidade e o dólar está levemente mais forte ante outras moedas. Para o Fed, a aposta é de manutenção da taxa na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Se confirmada, essa será a terceira manutenção consecutiva de taxa, depois de 11 elevações desde março de 2022. As atenções estarão na mensagem de Powell e nas projeções financeiras.

Recentes dados macroeconômicos interpretados como positivos por investidores têm alimentado as expectativas quanto ao início da redução de juros já em março de 2024.

No Brasil

O sinal positivo dos futuros de Nova York podem ajudar o Ibovespa, mas a sessão pode ser volátil em meio à espera pelas decisões do Copom e do Fed. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em Nova York, caía 0,51%, às 7h08 no pré-mercado.

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Antes das decisões dos bancos centrais, o mercado olha a pesquisa de serviços, que deve ficar estável em outubro após queda de 0,3% em setembro. Para o Copom, a expectativa é de novo corte de 50 pontos-base da Selic, para 11,75%, e sinalização do Banco Central (BC) de que deve manter esse ritmo nas próximas reuniões.

O investidor pode também ficar sensível às notícias vindas do Congresso. O Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei de regulamentação das apostas esportivas. O texto foi alterado em relação ao aprovado na Câmara, o que significa que os deputados terão de analisar as modificações antes de encaminhá-lo à sanção presidencial. O relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), estima que o governo deve arrecadar R$ 10 bilhões por ano.

Em recado de insatisfação com governo, a Câmara não deve votar a Medida Provisória da Subvenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) antes de o Congresso apreciar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente aos projetos do arcabouço fiscal e da retomada do chamado “voto de qualidade” no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Integrantes da Fazenda têm tentado sensibilizar parlamentares para avançar com a proposta, essencial para a equipe econômica reduzir o déficit no ano que vem. A previsão é de que as novas regras para tributação federal em casos de benefício estadual levantem mais de R$ 35 bilhões para a União em 2024. O Partido Liberal (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação contra essa MP.

Também no radar está a reforma tributária, prevista para ser votada no plenário da Câmara na quinta-feira (14), enquanto no Senado é esperada também para o mesmo dia a sessão para análise do veto ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos.

Agenda

A agenda desta quarta-feira traz as decisões de juros do Copom, após às 18h30, e do Fomc, nos Estados Unidos, às 16 horas. A decisão do Federal Reserve é acompanhada da atualização de projeções e do gráfico de pontos e é sucedida por coletiva com o presidente da instituição, Jerome Powell (16h30).

Lá fora, destaque ainda para o PPI de novembro (10h30) e o relatório mensal da Opep sobre o mercado de petróleo.

No Brasil, sai ainda o volume de serviços de outubro (9h00). O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam da sessão de abertura da Reunião de Sherpas e vice-ministros de Finanças do G20.