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Qual é a estratégia que o BTG vê para Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3)?

Banco tem recomendação de "compra" para ações da Minerva, enquanto para Marfrig a indicação fica como "neutra"

Qual é a estratégia que o BTG vê para Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3)?
Gado Minerva (Foto: Minerva)

A Minerva (BEEF3) pode alcançar a liderança no mercado de carne bovina da América Latina após a aquisição das atividades da Marfrig (MRFG3) no setor, apontam analistas do BTG Pactual. “Acreditamos que há um valor estratégico relevante por trás desse acordo para a Minerva”, avaliam Henrique Brustolin e Thiago Duarte.

Segundo eles, a empresa aumentaria sua participação nas exportações de carne bovina da região de aproximadamente 20% para cerca de 34%, além de ampliar em 44% a capacidade de processamento, que chegaria a mais de 42 mil cabeças de gado por dia, “ainda maior do que a capacidade da JBS (JBSS3) no Brasil”, dizem. Em relatório, o BTG classificou a Minerva como “compra” e a Marfrig como “neutra”.

Para o BTG, o negócio coloca a Minerva “em uma posição ainda mais forte” para 2024, quando os Estados Unidos devem reduzir a oferta de gado e carne, enquanto o Brasil deve obter um bom resultado.

Ainda assim, os analistas destacam que é difícil compreender os números e os aspectos financeiros. Isso porque os ativos de carne da Marfrig na América Latina tiveram vendas de R$ 27,6 bilhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,3 bilhões (margem de 8,4%) em 2022. No relatório de anúncio, a Marfrig afirmou que os ativos vendidos tiveram vendas de R$ 15,6 bilhões em 2022 e que os ativos mantidos tiveram vendas de R$ 15,8 bilhões.

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“Acreditamos que a razão para os números não baterem são as vendas entre empresas do grupo. O gado abatido em algumas unidades é utilizado como matéria-prima para hambúrgueres em outras, por exemplo. O problema é realmente como isso se traduz em Ebitda e geração de fluxo de caixa livre”, dizem os analistas.

Risco

Por sua vez, a Minerva acredita que pode elevar as receitas dos ativos adquiridos para até R$ 18 bilhões, com um Ebitda de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. “O acordo só faz sentido economicamente se o cenário da Minerva se concretizar”, escrevem Brustolin e Duarte. Eles apontam que isso pode ocorrer se a companhia aumentar a utilização da capacidade e entregar a mesma receita de R$ 7 mil/animal abatido que obtém com os ativos existentes, bem como uma margem Ebitda de 9%.

Ainda assim, há receio de que o acordo coloque a Minerva em uma posição semelhante àquela em que ficou após ter adquirido os ativos da JBS na América do Sul em 2017. O negócio acabou elevando a alavancagem a níveis muito altos, dizem os analistas.

Sobre a Marfrig, o BTG diz em relatório que, até certo ponto, “é surpreendente ver a Marfrig se desfazendo de alguns de seus ativos de carne mais antigos”. Segundo os analistas, isso não apenas reforça a posição da Marfrig como uma empresa mais focada, mas pode ajudar a reduzir a alavancagem.

Ainda assim, a desalavancagem pode “não ser suficiente”. Os analistas esperam que a relação dívida líquida/Ebitda (excluindo a BRF) caia de 6,3x para 5,6x. “No entanto, continua alta”, afirmam, em relatório.

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