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MMX, de Eike Batista, publica balanço do 3º trimestre: auditores veem ‘fraquezas relevantes’ nos controles internos da companhia

Mineradora de Eike Batista teve prejuízo de R$ 13,9 milhões no terceiro trimestre de 2020

MMX, de Eike Batista, publica balanço do 3º trimestre: auditores veem ‘fraquezas relevantes’ nos controles internos da companhia
Eike Batista em evento de empreendedorismo em Florianópolis, em 2019 (Foto: Fabrício de Almeida/Imagem e Arte/Estadão Conteúdo)
  • A MMX registrou prejuízo de R$ 13,9 milhões no 3º trimestre e de R$ 101,7 milhões nos primeiros nove meses do ano
  • O relatório foi publicado com ‘abstenção de conclusão’ dos auditores responsáveis por revisar as informações trimestrais

A mineradora MMX (MMXM3), parte do grupo EBX, de Eike Batista, publicou os resultados do terceiro trimestre na sexta-feira (13). A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 13,9 milhões no período, uma melhora de 49,5% em relação aos obtido um ano antes. Já no recorte de nove meses, encerrados em setembro, a queda é de R$ 101,7 milhões, ante R$ 107,7 milhões negativos em 2019.

O relatório foi publicado com ‘abstenção de conclusão’ dos auditores responsáveis por revisar as informações trimestrais. Para os especialistas, a MMX possui fraquezas relevantes nos controles internos referentes às demonstrações contábeis, o que geraria uma possibilidade razoável de haver erros materiais não detectados pela auditoria.

“Tais deficiências incluem a ausência de controles adequados de segregação de funções que garantam a integridade e correta apresentação das informações apresentadas como um todo e análise do impacto do processo de recuperação judicial de suas Controladas nas respectivas demonstrações contábeis intermediárias, principalmente no que tange à apresentação e mensuração de ativos remanescentes e análise para realização de valores a receber de partes relacionadas”, explica a auditoria independente Lopes, Machado.

Ações sobem mais de 300% em 2020

Até o fechamento de sexta (13), as ações da MMX subiam 326% no acumulado do ano, para R$ 10,87, ante R$ 2 no pregão de 2 de janeiro. A alta começou a partir da primeira semana de outubro, quando a mineradora publicou um fato relevante sobre uma petição feita na justiça para recuperar o direito de exploração da mina ‘Emma’.

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Se bem-sucedido, a recuperação da mina poderia simbolizar um retorno das atividades da companhia, que atualmente não tem produção e está em recuperação. Na esteira da especulação em torno da petição, o papel chegou à cotação de R$ 58,45 no dia 14 de outubro.

Na época, o E-Investidor entrevistou especialistas do mercado financeiro para entender o salto ações. De acordo com o analista CNPI-T da Me Poupe!, Eduardo Mira, a companhia de Eike Batista era um barco furado para os investidores. “O Eike Batista, inclusive, já foi processado pela CVM por manipulação, porque se aproveitou desses movimentos para comprar e vender”, explicou Mira.

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