- Em recuperação judicial, a mineradora criada por Eike Batista surpreendeu o mercado na quarta-feira (7) com uma alta de 225% no pregão, subindo de R$ 2,46 para R$ 7,15
- Até às 11h05 desta quinta-feira (08), os papéis chegaram a R$ 13,55, somando alta de 89% em relação ao preço de abertura
- A escalada é resultado de um fato relevante publicado em 30 de setembro, em que a empresa alerta que protocolou uma petição para recuperar os direitos de exploração da Mina Emma
Em recuperação judicial desde 2016, a mineradora MMX (MMXM3) surpreendeu o mercado na quarta-feira (07) com uma alta de 225% no pregão. A empresa é parte do grupo EBX, criado pelo ex-bilionário Eike Batista, e viu suas ações ordinárias subirem de R$ 2,46 para R$ 7,15 em um único dia. Mas a valorização não parou por aí.
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Até às 11h05 desta quinta-feira (08), os papéis chegaram a R$ 13,55, somando alta de 89% em relação ao preço de abertura. Um dos motivos para a escalada foi o fato relevante publicado em 30 de setembro, em que a empresa alerta que protocolou uma petição para recuperar os direitos de exploração da Mina Emma.
“Caso esse objetivo seja alcançado, a Companhia acredita que será possível viabilizar de forma ainda mais consistente a recuperação judicial da Companhia, levando em conta o relevante valor dos direitos de exploração da Mina Emma, a qual, somada com os demais ativos minerais da Companhia, potencializará a capacidade operacional da MMX para produção e venda de minério de ferro”, diz a companhia, em documento.
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No segundo trimestre de 2020, a mineradora reportou prejuízo de R$ 87,8 milhões. O grupo EBX é formado pelas empresas MMX Mineração, OSX (Construção Naval,Leasing e Serviços Operacionais de Navios), CCX (mineração de carvão mineral) e a petrolífera OGX.
Uma grande promessa
Apesar passar por um momento delicado atualmente, a empresa já foi uma grande promessa. Em janeiro de 2006, a mineradora realizou IPO na Bolsa com um projeto ambicioso de produzir, além de minério de ferro, outros insumos como pelotas, gusa e semi-acabados de aço, conforme ventilado na época pela imprensa. A cotação máxima mensal da ação veio em maio de 2008, quando o ativo foi negociado a R$ 2.372,68.
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Em 2011, a MMX sudeste firmou um acordo com a MRS Logística para transportar até 36 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano das minas localizadas em Serra Azul (MG) até Itaguaí (RJ), pela malha ferroviária da MRS. Entretanto, a mineradora não teria conseguido honrar com o contrato e transportar todo esse volume. Eike Batista, então, foi submetido à multa milionária.
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A situação com a MRS Logística foi só a ponta do iceberg. Em 2017 o empresário foi preso pela primeira vez por suspeita de pagamento de propina no valor de US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A condenação veio no ano seguinte, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em 2020, o executivo que já teve sua fortuna avaliada em R$ 30 bilhões, foi condenado por manipulação de mercado. A acusação é que ele teria divulgado informações falsas sobre estimativas de “bilhões de barris” de petróleo que poderiam ser extraídos em poços concedidos à empresa petrolífera do grupo, a OGX. No ano de 2019 ele também foi condenado por crimes contra o mercado de capitais pelo uso de informação privilegiada nas vendas de ações da OSX Construção Naval.
Nos resultados financeiros do segundo trimestre, a MMX trouxe uma nota explicativa em relação aos processos envolvendo seu acionista controlador. “Embora a Companhia seja citada em algumas notícias, tanto o mandado de prisão temporária cumprido contra o Sr. Eike Batista, quanto os demais eventos que culminaram em referidas notícias não estão de qualquer forma associados e/ou foram praticados pela Companhia e/ou seus administradores”, diz o documento.