- O Nubank (NUBR33) surpreendeu o mercado financeiro ao anunciar o fechamento de capital na bolsa brasileira
- A instituição ofereceu aos investidores com BDRs na carteira 3 opções
- Investidores que aceitaram o 'pedacinho', o BDR oferecido pelo Nubank durante o IPO, estão em dúvida com o que fazer com o ativo
Na última semana, o Nubank (NUBR33) surpreendeu o mercado financeiro ao anunciar o fechamento de capital na bolsa brasileira, a B3. A fintech vai continuar negociando os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), mas a partir de agora terá o capital aberto somente na bolsa de Nova York (NYSE), nos Estados Unidos.
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Nesta reportagem, contamos como o mercado viu a saída da B3.
Com a mudança, a instituição ofereceu aos investidores com BDRs na carteira trê opções: trocar os ativos por ações negociadas diretamente nos Estados Unidos; trocar o BDR de nível III por um de nível I; ou vender suas posições. Veja as regras para cada uma das opções.
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Entre aqueles que aportaram dinheiro no negócio do “roxinho”, o Nubank conta com uma leva de investidores pessoa física, muitos que nunca haviam investido na Bolsa antes. Eles aceitaram o “pedacinho” oferecido pela instituição na oferta pública de ações (IPO) realizada em dezembro de 2021. Tratava-se de um BDR oferecido aos clientes do banco sem nenhum custo adicional – uma das muitas estratégias do Nubank para conseguir atrair 7,5 milhões de clientes para o IPO.
“É bastante decepcionante para o mercado de capitais que depois de incentivar milhões de brasileiros a se tornarem ‘nu sócios’ o Nubank vê que a liquidez dos papeis não era a desejada e os encargos para manter os BDRs não compensavam os custos”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities. Entenda nesta análise o motivo da empresa sair do Brasil.
O que fazer agora?
Agora, esses investidores podem estar em dúvida com o que fazer com o BDR em mãos. Para Mario Goulart, analista de investimentos e criador do canal “O Analisto”, na prática, esse investidor vai acabar dividido entre duas opções principais: vender o ativo ou optar pela troca pelo BDR nível I.
“O ‘pedacinho’ do Nubank colocou gente na Bolsa que nunca tinha investido antes e que provavelmente não tem informação e conhecimento suficiente para administrar uma carteira na Bolsa de Nova York”, explica.
O BDR nível I também não é a melhor opção para quem tem um “pedacinho” desde o IPO, diz Goulart. Isso porque, pelas definições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esse instrumento de investimento tem menor liquidez.
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Por causa da baixa liquidez os BDRs que permanecerão em negociação na B3 podem acabar descontados. Para quem prioriza o desempenho do papel, pode valer a pena realizar a conversão para ações na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque, na sigla em inglês) – opção que vai ser disponibilizada no esquema “6 por 1”, com seis BDRs se convertendo em uma ação.
Além disso, o BDR nível I pode ser mais complicado de administrar por um investidor pessoa física. “Manter conta e realizar operações em corretoras internacionais costuma ser bem mais caro do que fazer isso em instituições nacionais. No final das contas, o investidor precisa ponderar a corretagem em dólar, taxação de imposto, correção de câmbio”, ressalta Gustavo Pazos, analista de research da Warren.