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BB inicia cobertura das ações do Nubank: veja a recomendação e o preço-alvo

Relatório aponta motivos que levaram o banco digital a entrar no radar dos investidores

BB inicia cobertura das ações do Nubank: veja a recomendação e o preço-alvo
(Foto: Nubank)

O BB Investimentos (BB-BI) começou a cobertura das ações do Nubank (ROXO34) na B3 e do Nu Holdings (NU) na bolsa de Nova York recomendando a compra com preço-alvo de R$ 13,30 e US$ 15,60, respectivamente, para o final de 2025, o que representa um potencial de valorização de 31,5% em relação ao preço de fechamento mais recente, de segunda-feira (24). A informação foi divulgada em relatório enviado ao mercado nesta terça-feira (25).

“Apesar da inevitável variância de resultados, que dificulta a avaliação, aguardamos razoável conforto com as projeções dados especialmente à boa execução e ao ritmo de crescimento apresentados recentemente, além do negócio, apesar de se dar sob forma diferente, inclui produtos conhecidos além de mercado e público consumidor”, explica o relatório. O analista financeiro do BB-BI, Rafael Reis, diz que a avaliação para dar início à cobertura do banco digital está baseada em três pontos principais.

Primeiro, a expansão internacional, porque, segundo ele, o Nubank utiliza o Brasil como laboratório para lançar produtos e testar a plataforma, visando a expansão para outros países sem a necessidade de uma grande estrutura física. Segundo, pelo desenvolvimento de novos produtos, sobretudo pelo potencial do Nubank diversificar seus produtos, seja desenvolvendo internamente ou por meio de parcerias, e terceiro, pelo o que o BB-BI chama de “maturidade de mercado”: à medida que mais clientes adotam a plataforma, a tendência é que transfiram suas operações financeiras principais para o Nubank, aumentando as receitas por cliente.

Para o estrategista, a inclusão do Nubank na cobertura de ações se deve ainda à inovação tecnológica, já que o banco roxo, segundo ele, é conhecido por sua plataforma digital amigável, que proporciona uma experiência eficiente e conveniente aos usuários, dispensando agências bancárias tradicionais. “Entender o Nubank é, em nossa opinião, antes de mais nada, reconhecer que ele é o mais autêntico representante nativo digital no ecossistema bancário brasileiro, com todas as benesses e desafios que essa característica implica”, diz Reis.

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O analista também pontua que o Nubank tem experimentado um crescimento rápido, com milhões de clientes em vários países da América Latina, incluindo Brasil, México e Colômbia. Para o BB-BI, a marca Nubank já está bem reconhecida e respeitada, especialmente entre os jovens, público que os bancos tradicionais têm dificuldade em cativar.

Além disso, a ausência de agências físicas e a utilização intensiva de tecnologia, conforme o relatório, permitem ao Nubank operar com custos significativamente mais baixos do que os bancos tradicionais. Embora tenha uma diversificação limitada, além do cartão de crédito, Reis explica que o Nubank oferece uma variedade de produtos financeiros, como contas digitais, empréstimos, seguros e investimentos.

Por que o BB-BI recomenda o Nubank

No relatório divulgado ao mercado, o BB-BI traz alguns pontos negativos a serem considerados pelos investidores. Para o analista Rafael Reis, a maior parte da receita do Nubank ainda vem do cartão de crédito. Embora tenha crescido rapidamente, o estrategista aponta que a empresa ainda não atingiu a lucratividade esperada em muitos de seus mercados e que operar em vários países significa enfrentar diferentes ambientes regulatórios, o que pode aumentar os custos e a complexidade de conformidade.

Um estudo do BB-BI mostra que, na análise financeira do Nubank, cerca de 60% dos clientes ativos têm o “roxinho” como instituição bancária principal após cerca de 20 meses, em comparação com 80 meses nas primeiras safras. Mostra também que o número de produtos ativos por cliente atinge a média de 4 em cerca de 20 meses nas safras recentes e que a inadimplência geral do Nubank, atualmente em 6,3%, está em linha com o mercado. Por fim, o estudo também aponta que o Nubank mais do que dobrou sua carteira total nos últimos dois anos, enquanto o mercado cresceu pouco mais de 20% no mesmo período.