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- A expectativa é grande sobre o resultado do pleito, uma vez que, por se tratar da maior economia global, as repercussões serão sentidas também nos demais países, como o Brasil
- Existem alguns cenários possíveis, pois, além da Presidência, democratas e republicanos também disputam as cadeiras do Congresso. A nova configuração da Câmara dos Representantes e do Senado afetará os planos políticos tanto de Trump como de Biden
- A Western Asset traça dois cenários possíveis sobre as perspectivas econômicas e de investimentos nos Estados Unidos, caso haja uma 'onda azul', com Biden na Presidênciae maioria democrata no Congresso, e com Trump reeleito mas com Congresso dividido
Falta pouco mais de duas semanas para os norte-americanos escolherem se Donald Trump continua na Casa Branca ou se será Joe Biden o novo presidente dos Estados Unidos. A expectativa é grande sobre o resultado do pleito uma vez que, por se tratar da maior economia global, as repercussões serão sentidas também nos demais países, como o Brasil. Desse modo, o que esperar, por exemplo, das questões monetárias e fiscais e até dos próprios investimentos?
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Existem alguns cenários possíveis, pois, além da Presidência, democratas e republicanos também disputam as cadeiras do Congresso. A nova configuração da Câmara dos Representantes e do Senado afetará os planos políticos tanto de Trump como de Biden.
A Western Asset traça dois cenários possíveis sobre as perspectivas de mudanças econômicas e de investimentos nos mercados norte-americano e internacional, caso haja uma “onda azul”, com Biden na Presidência e maioria democrata no Congresso, e outro com a Casa Branca e o Congresso divididos entre republicanos e democratas.
Estímulos monetários e fiscais
A casa de análises avalia que a divisão política na Casa Branca e no Congresso impedirá a aprovação e implementação de quaisquer políticas fiscais significativas. Já no campo da política monetária, o Fed provavelmente manterá sua postura dovish e continuará a apoiar os mercados.
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Já com uma onda azul democrata seria possível se chegar a uma política fiscal substancial, que poderia ser aprovada em pouco tempo. A análise, contudo, não avança sobre o impacto econômico de curto prazo, caso uma vacina contra a covid-19 seja introduzida e a economia continue a se recuperar. Apenas diz que isso “provavelmente ocorrerá até o início do mandato em 20 de janeiro de 2021”, diz o relatório da Western.
Política tributária
Com a vitória de democratas na Presidência e no Congresso, a projeção é negativa para os mercados, que poderiam ser prejudicados por uma desaceleração na margem do crescimento econômico, uma vez que o projeto de Biden inclui aumento de impostos para empresas e indivíduos.
Com a divisão política entre Presidência e Congresso, a expectativa é que se mantenham os cortes de tributos promulgados pela lei de redução de impostos e empregos de 2017. Assim, haveria pouco impacto para os mercados e a economia.
Investimento em infraestrutura
A divisão partidária na Casa Branca e no Congresso provavelmente limitará a quantidade de gastos em infraestrutura, mas espera-se que o impacto nos mercados e na economia não seja tão grande.
No cenário democrata, a política sustentável de Biden deverá implementar vários pontos do “Novo Acordo Verde”. Porém, a disponibilidade de projetos prontos relacionados à energia limpa pode limitar o tamanho dos gastos de curto prazo com infraestrutura.
Outra repercussão no cenário democrata é que o setor de energia tradicional provavelmente sofrerá um impacto negativo devido à redução das atividades de exploração de shale oil, sobretudo em áreas ambientalmente sensíveis. Quem também poderá ser afetada negativamente é a indústria de defesa, devido à transferência de fundos disponíveis para outras prioridades de gastos.
Relação com outros países
Em um cenário de divisão partidária, a expectativa é de poucas mudanças nas políticas existentes relacionadas à China, por exemplo. No caso de países europeus, as chances de retorno às políticas promovidas pelo governo Obama, democrata, seriam limitadas.
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Um cenário de onda azul pode melhorar a forma, e não a substância, da relação Estados Unidos-China. Já com as nações da Europa seria possível ver o governo de Biden buscar mais cooperação com organizações como a Organização Mundial de Comércio (OMC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e até o retorno dos Estados Unidos no Acordo do Clima de Paris.
No aspecto político-comercial, não são esperadas grandes mudanças do que já está posto atualmente, e a eliminação das surpresas tarifárias provavelmente “acalmaria” os mercados.