Oncoclínicas (ONCO3) leva tombo de R$ 433 milhões com CDBs do Master
Em fato relevante, companhia explica que já havia provisionado R$ 217 milhões para potenciais perdas com a aplicação; para reaver os outros R$ 216, vai acionar opção de compra de FIPs de Vorcaro
A Oncoclínicas (ONCO3) abriu capital na bolsa de valores no dia 10 de agosto de 2021 (Foto: B3)
A Oncoclínias (ONCO3) teve um prejuízo de R$ 433 milhões com a liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central nesta terça-feira (18). A companhia tinha R$ 478,2 milhões de seu caixa investidos em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) do banco de Daniel Vorcaro, preso hoje em operação da Polícia Federal. O saldo preocupava o mercado há algum tempo, desde que a operação de venda do Master ao BRB foi embargada este ano.
Em fato relevante divulgado nesta tarde, a Oncoclínicas informou que, graças à liquidação do Master, teve R$ 433 milhões em CDBs vendidos antecipadamente.
A empresa já tinha provisionado R$ 217 milhões para se resguardar de eventuais perdas com os CDBs do Master, depois que o banco teve seu rating de crédito rebaixado pelas agências de classificação de risco entre setembro e outubro. Já os outros R$ 216 milhões – a diferença entre o saldo de R$ 433 mi e o provisionamento – vão afetar diretamente o caixa da companhia.
No FR, a Oncoclínicas diz que tomará as “medidas cabíveis”, incluindo a opção de compra sobre as cotas de dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs), o Tessália e o Quiron, que eram ligados a Vorcaro. O vencimento antecipado dos CDBs do Master ativa cláusulas do contrato firmado entre a companhia e o banqueiro, permitindo que a Oncoclínicas assuma as ações que estavam nos FIPs.
Considerando o valor de fechamento da ONCO3 na segunda-feira (17), o montante das cotas equivale a R$ 203 milhões.