- Bancos e corretoras deverão aprimorar o atendimento.
- Cliente será melhor municiado de informação de produtos e serviços.
- BC quer bancarizar o maior número possível de brasileiros.
O Open Investments entrou em vigor nesta sexta-feira (29) no Brasil e contribui para bancos personalizarem os produtos e serviços financeiros.
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Isso porque o recurso permite que os clientes compartilhem informações transacionais de seu portfólio de investimentos entre instituições financeiras.
O Banco Central (BC), idealizador do projeto, pressupõe que o investidor que aderir pretende encontrar oportunidades mais adequadas ao seu perfil.
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Desta forma, bancos, corretoras e demais instituições participantes do mercado financeiro precisarão estar atentas à movimentação dos clientes, de maneira a supri-los e evitar o churn rate.
O termo designa a métrica de rotatividade dos clientes que integram um grupo ou portfólio, a exemplo de um investidor que permanece por dois anos em um fundo e, ao término do prazo, saca o dinheiro e “vai embora”.
Do outro lado do balcão, os bancos e corretoras se esforçam para manter esse cliente na casa, oferecendo novos produtos e serviços, de forma que ele reinvista o capital de maneira integral ou parcial.
Para a Associação Brasileira de Fintech (ABFintechs), o Open Investments também reforça a transparência no mercado financeiro.
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O recurso deve colaborar com escolhas mais conscientes por parte dos clientes, principalmente por estarem atreladas a objetivos futuros.
Diretor da ABFintechs, Marcelo Martins afirma que a implementação do Open Investments vai atrair novo público para o universo do Open Finance.
O executivo elenca que as instituições financeiras terão a concorrência intensificada, e que isso é extremamente produtivo para o mercado.
Open Investments integra o Open Finance
Vale lembrar que o Open Finance, ou Banco Aberto, é um projeto do BC que pretende bancarizar o maior número possível de brasileiros.
Já o Open Investments integra a fase 4 do Open Finance, que vem sendo implementado no sistema financeiro brasileiro desde fevereiro de 2021.
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Conheça as etapas:
- Fase 1: compartilhamento de dados institucionais entre as instituições financeiras
Nesta etapa foi disponibilizada informações de canais de atendimento e de produtos e serviços entre as instituições financeiras, incluindo as taxas e tarifas de cada item ofertado.
- Fase 2: clientes começam a compartilhar dados
Nesta etapa o cliente já pode começar a compartilhar dados com as instituições financeiras, inclusive escolhendo quais informações quer deixar “aberta” e para quais instituições financeiras.
- Fase 3: serviços para clientes
Nessa etapa o cliente tem a possibilidade de realizar pagamentos em aplicativos e sites.
- Fase 4: ampliação de dados, produtos e serviços
Nesta etapa é permitido ao cliente compartilhar dados cadastrais e transacionais, bem como dados de outros produtos, como informações de seguros, investimentos e câmbio.
A ABFintech destaca que o recurso forçará as instituições financeiras a aprimorarem o modelo de negócio.
Companhias já estão melhorando
Um levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgado em março de 2023, aponta que o volume de solicitações de clientes aos bancos via atendimento pessoal em 2022, entre pedidos de informações, solicitações, reclamações e cancelamentos, caiu 10% em relação a 2021 – passou de 190 milhões para 171 milhões. Em 4 anos, o recuo foi de 31,5%
Trata-se do Relatório de Ouvidorias, que trouxe, ainda, a informação de que o volume de demandas registradas no Sistema de Registro de Denúncias, Reclamações e Pedidos de Informações (RDR) do Banco Central e nos Procons também recuou 11% e 23% respectivamente, no último ano.
O que diz o mercado
Diretor de Fundos da Sinqia, Ricardo Pacheco afirma que um dos ganhos principais para as instituições será a oferta de assessoria de investimento mais precisa e personalizada, seja por meio de relacionamento direto ou canais digitais.
Já Gianluca Malta, head da QI DTVM, destaca que esse é um novo passo atrelado ao projeto mais global de Open Capital Markets, também vislumbrado pela CVM, que deve padronizar o cadastro de investidores nas corretoras.
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Para Fabricio Divitiis, head comercial da iugu, não há dúvidas de que os dados serão ativos extremamente valiosos e é preciso garantir a segurança dessas informações, a boa experiência do cliente, sua privacidade e a proteção dos serviços compartilhados.
O sócio e diretor de negócios da MB Labs, Renan Basso, frisa que para os usuários individuais, entre os principais benefícios estão a diversificação simplificada, o acesso global, e menores taxas.
Julian Colombo, fundador e CEO da N5, aponta que para poder aproveitar ao máximo essas informações valiosas, é essencial que a instituição conte também com sistemas eficazes, que possam decifrar e traduzir esses dados em insights estratégicos para então proporcionar uma experiência excepcional.
Georgia Sanches, General Manager da Conduit, indica que há ainda o compartilhamento de dados criptografados, o que hoje em dia é a tecnologia mais segura de tratamento de dados disponível no mercado.
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