O que este conteúdo fez por você?
- Empresa diz ter encontrado anticorpo 100% eficaz contra coronavírus
- Antes da pandemia, Sorrento era uma "Penny Stock", ou seja, suas ações tinham preço menos que cinco dólares
- Histórico da companhia envolve processo contra empresário bilionário por fraude
Na última sexta-feira (15) a Sorrento Therapeutics, biofarmacêutica da Califórnia, anunciou ter encontrado anticorpo totalmente eficaz contra o coronavírus. A notícia balançou os mercados ao redor do mundo e a empresa viu suas ações saltarem 280% na bolsa de valores de Nova York (Nasdaq), passando de US$ 2,62, às 16h do dia 15 de maio, para US$ 9,97, às 9h30 de 18 de maio.
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“Queremos enfatizar que existe uma cura. Existe uma solução que funciona 100%”, disse Henry Ji, CEO da companhia, em entrevista à Fox News. A alta dos papéis é resultado da expectativa positiva do investidor, que vê grande potencial de crescimento na companhia após o anúncio.
Entretanto, antes da crise do coronavírus se alastrar pelo mundo, a Sorrento Therapeutics passava por um período complicado. Com ações negociadas por menos de US$ 5 e mais de US$ 300 milhões em dívidas, a “penny stock” – termo que define as empresas que são negociadas por preços muito baixos – provocava desconfiança nos investidores.
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Além disso, a Sorrento estava envolvida em um processo contra o empresário bilionário do ramo da biotecnologia, Patrick Soon-Shiong, que chegou a ter 19,9% da biofarmacêutica. Entenda o passado da companhia que movimentou o mundo na última semana.
Ações são voláteis desde o primeiro ano na bolsa
A Sorrento Therapeutics entrou na bolsa de valores de Nova York em fevereiro de 2007. O preço das ações após o IPO chegou aos US$ 750 e, no dia seguinte, já caiu 66,67%. Ano após ano, os papéis da empresa foram se desvalorizando, até chegar à mínima de US$ 1,39, no dia 11 de outubro de 2019. Em todo a história da companhia, a alta volatilidade dos papéis ganha destaque e, ainda hoje, as quedas e altas são expressivas.
Patrick Soon-Shiong e o processo por fraude
Em julho de 2015, o empresário e cirurgião bilionário Patrick Soon-Shiong, que fez fortuna ao criar o remédio contra o câncer Abraxane, adquiriu 19,9% da Sorrento Therapeutics. Na época, a empresa estava desenvolvendo o Cynviloq, uma droga similar ao Abraxane, mas que, segundo a Sorrento, seria mais eficiente e vendida a um custo menor.
Para ter controle sobre a companhia e direito ao Cynviloq, Shiong desembolsou cerca de US$ 90 milhões. A notícia foi bem recebida pelo mercado e as ações da biofarmacêutica se valorizaram 20% naquele mês, saltando de US$ 17,23, no dia 01 de julho, para US$ 20,79, no dia 31.
Contudo, as expectativas positivas com o acordo entre Shiong e a empresa de biotecnologia não se concretizaram. Quatro anos depois da formalização da parceria, em abril de 2019, a Sorrento processou o bilionário por fraude.
Segunda a biofarmacêutica, Shiong comprou os direitos do Cynviloq com o objetivo de frear seu desenvolvimento e, assim, eliminar o concorrente direto do Abraxane, droga desenvolvida pelo empresário. De fato, o Cynviloq nunca chegou nas prateleiras e o processo ainda corre.
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Entre o acordo com Patrick Soon-Shiong e o processo de fraude, o preço das ações da Sorrento caiu 84%, de US$ 20,79 para US$ 3,77 (entre 31 de julho de 2015 e 26 de abril de 2019).
A rejeição da proposta de US$1 bilhão
No dia 10 de janeiro de 2020, o CEO da Sorrento, Henry Ji, anunciou que um grupo anônimo estava interessado em adquirir uma grande parte dos papéis da companhia. O valor total da compra giraria em torno de US$1 bilhão e o preço por ação ficaria em US$7. A proposta provocou alvoroço entre os investidores e os ativos da empresa tiveram alta de 39,59% no dia, saindo de US$ 1,35 para US$ 4,76.
O acordo, no entanto, não aconteceu. A biofarmacêutica anunciou a rejeição da compra no dia 28 do mesmo mês e, apesar de não voltarem ao patamar original, os papéis sofreram baixa de 4,8%. De acordo com Ji, a Sorrento recusou a negociação por considerar o valor “baixo demais” para a empresa.
O estudo do covid-19
Segundo a Sorrento Therapeutics, o estudo com o anticorpo STI-1499 foi promissor e demonstrou ser capaz de inibir 100% o coronavírus em testes in vitro. Esse anticorpo deverá ser usado no Covi-Shield, coquetel “anti-covid” desenvolvido pela biofarmacêutica. O laboratório teria capacidade de produzir até 200 mil vacinas por mês e, mesmo antes de ser aprovada, produzirá 1 milhão de doses.
Nesta segunda-feira (18), a Moderna Therapeutics, empresa da Sorrento, anunciou também resultados positivos com os testes preliminares da vacina em humanos.
*Com dados da Forbes, Nasdaq, Fool, Investing News e Endpoints news
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