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- O fraco desempenho operacional já era esperado pelo mercado diante da queda do preço do petróleo
- Apesar da queda dos resultados, a distribuição de R$ 15 bilhões em dividendos surpreendeu alguns analistas
A queda do lucro da Petrobras (PETR3/PETR4) durante o segundo trimestre deste ano não surpreendeu o mercado. Pelo contrário, alguns analistas avaliaram que a companhia conseguiu entregar números fortes mesmo com a queda do preço do petróleo nos meses de abril a junho. No entanto, o desempenho ainda não foi o suficiente para o mercado avaliar se a estatal representa uma boa oportunidade de investimento. Isso porque o risco de interferências políticas na gestão da empresa ainda permanece para o investidor, o que ajuda a reduzir a atratividade do papel.
“O risco versus retorno desse investimento já não nos parece mais tão atrativo e deixamos de ter recomendação de compra para os papéis a partir de hoje”, informou Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. Segundo o analista, embora a estatal tenha um dividend yield (rendimento de dividendos) de 14% esperado para 2024, o motivo se baseia nas incertezas sobre a sua atual política de preço para os combustíveis. O temor do mercado é que a companhia não repasse as altas do petróleo para os preços dos combustível por pressões políticas.
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É esse ponto que José Cataldo, estrategista de análise da Ágora Investimentos, aconselha ao investidor ficar atento nos próximos trimestres. “Temos uma recomendação neutra porque achamos que a política de preço da Petrobras vai trazer ruídos nos próximos meses”, diz o especialista. Com o balanço, a corretora decidiu elevar o preço-alvo para o papel da estatal de R$ 26 para R$ 38 para o fim de 2024.
A Ativa Investimentos também segue com a mesma visão. Em relatório publicado nesta sexta-feira (4) sobre os resultados do balanço do segundo trimestre de 2023, a corretora destacou que as ações da Petrobras seguem pressionadas pelo fator político nos próximos meses e, por isso, recomenda a compra das ações da PRIO (PRIO3) para os investidores que estão de fora do setor de óleo e gás.
Para quem tem ações da Petrobras
Para aqueles que possuem a estatal na carteira, a orientação é que mantenha posição e acompanhe os próximos passos da gestão da Petrobras. “Com as políticas de preços de derivados e de dividendos ajustadas, os investidores devem se atentar a detalhes a respeito do novo plano estratégico a ser lançado em dezembro”, informou a Ativa Investimentos.
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Na divulgação do balanço referente ao segundo trimestre, a companhia anunciou a distribuição de R$ 15 bilhões em dividendos, equivalente a R$ 1,15 por ação. O volume ficou acima das expectativas da Ativa Investimentos, que projetava uma distribuição de R$ 14 bilhões. O pagamento será feito em duas parcelas nos meses de novembro e dezembro deste ano.