- Havia possibilidade de aceleração do crescimento caso as reformas se confirmassem
- Agora, projeção para o PIB de 2020 é de uma retração de 1%
- Dívida pública deve saltar para cerca de 86% do PIB
O relatório Cenário Econômico, do Bradesco, traça um ano bastante difícil para a economia brasileira. A equipe de economistas liderada por Fernando Honorato Barbosa reconhece que o País vinha se recuperando gradualmente, com uma possibilidade de aceleração do crescimento caso as reformas se confirmassem, mas todo esse processo foi interrompido com a pandemia do coronavírus.
“Nossas simulações indicam que o PIB do primeiro trimestre pode ter sido negativo em cerca de 1,0% e o do segundo trimestre pode contrair até 4,5%”, escreveram os economistas do Bradesco, divulgado na terça-feira (31 de março). “Em virtude disso ,alteramos nossa projeção para o PIB de 2020 para uma retração de 1%, sob a hipótese de que a duração da paralisação ou o conjunto de medidas mitigatórias serão suficientes para evitar uma queda mais forte.”
Para entender a composição dessa recessão, o cálculo da equipe do Bradesco é o seguinte:
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Retração de 1,2% no consumo das famílias, que vinha sendo o mais dinâmico da economia
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Queda de 2% dos investimentos
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Do lado da oferta, recuo de 1,2% nos serviços, de 0,8% na indústria
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Mas expansãoi de 1% na agropecuária
Com a interrupção brusca da recuperação da economia, a taxa de desemprego se elevará de 12,1% em 2019 para 13,3% em 2020, nas estimativas do Bradesco. O déficit primário do ficará em R$ 350 bilhões, elevando a dívida pública para cerca de 86% do PIB. “Mas a nossa expectativa é que as medidas fiscais sejam transitórias e o teto dos gastos seja mantido”, escreveram os economistas. A expectativa, também, é que o Copom faça novos cortes na Selic até 3%. “Há espaço na inflação para isso”, aponta o relatório.