Rotativo do cartão voltou a ultrapassar os 440% ao ano. Foto: AdobeStock
Com lançamento previsto para setembro, o Pix Parcelado pode permitir que até 25 milhões de comerciantes no Brasil passem a oferecer vendas a crédito aos seus clientes – e de forma mais barata. É com essa perspectiva que trabalha a Dock, fintech brasileira que oferece infraestrutura tecnológica e serviços financeiros integrados. O número se refere a estabelecimentos comerciais e pequenos negócios que não aceitam cartão de crédito como meio de pagamento, mas trabalham com Pix.
A grande novidade do Pix Parcelado está na sua capacidade de ampliar o acesso ao crédito para milhões de brasileiros, defende Antonio Soares, CEO da Dock. “Assim como hoje o lojista adota a maquininha de cartão para alcançar mais clientes, ele poderá incentivar o uso do Pix Parcelado como instrumento de venda”, diz.
Ele diz que o novo serviço não traz avanços em relação à inovação, até porque os próprios cartões já oferecem o Pix Crédito parcelado na fatura. “A principal diferença estará na escala e na abrangência que essa nova modalidade pode alcançar”, diz.
Com o Pix Parcelado, mais lojistas poderão realizar vendas a prazo, semelhantes ao antigo crediário, através do crédito de bancos e fintechs.
Menos custo nas operações
Uma das vantagens sobre o cartão de crédito, avalia o CEO da Dock, é o potencial de diminuição de custos nessas operações, tanto para os lojistas, quanto para os clientes, ao simplificar a estrutura de intermediação nas transações. “Diferente do parcelamento tradicional no cartão de crédito, o Pix Parcelado elimina dois intermediários, a adquirente e a bandeira. Isso significa menos agentes na cadeia de pagamento, o que tende a reduzir os custos para o lojista”, comenta.
Do lado do consumidor, a nova modalidade permitirá uma análise mais precisa de cada compra, possibilitando taxas de juros mais baixas que as praticadas nos cartões tradicionais – especialmente se comparadas ao rotativo, que voltou a ultrapassar os 440% ao ano. Soares lembra que, no cartão de crédito, o banco concede um limite genérico na fatura, sem saber onde ele será usado. “Com o Pix Parcelado é possível identificar o que está sendo comprado no momento da transação – uma geladeira, por exemplo – e aplicar uma taxa de juros mais adequada.”
A modalidade trará o conceito de finanças embarcadas (embedded finance) que também tem o condão de ampliar o acesso ao crédito, mesmo para quem tem pouco ou nenhum histórico bancário. “Um microempreendor pode não ter um bom histórico de crédito, mas se ele compra insumos em um atacado, esse atacado poderá oferecer uma taxa melhor, porque ele sabe que será o primeiro da lista de pagamento do comerciante”, exemplifica
Soares acredita que essas inovações poderão melhorar a vida financeira de quem está na base da pirâmide e que usa o cartão de crédito como uma extensão da renda. Para os consumidores que usam o cartão de forma mais racional – para acumular pontos, sem usar o crédito rotativo – o Pix Parcelado não trará incentivos para a troca. “A não ser que haja um benefício direto, como um preço menor pagando no Pix”.
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A Dock atua com tecnologia e licença própria como instituição de pagamento, permitindo que negócios de diversos setores — de grandes bancos como C6 Bank e BMG a startups como Noh e Trampay — ofereçam soluções financeiras aos seus clientes, como contas digitais, crédito e pagamentos via Pix.