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Por que a CVM está na cola dos influenciadores da ‘Fintwit’?

O ‘xerife’ do mercado financeiro solicitou os dados de diversos Influencers

Por que a CVM está na cola dos influenciadores da ‘Fintwit’?
O influenciador pode usar as redes sociais para impulsionar uma ação específica e lucrar com isso. (Foto: Pixabay)
O que este conteúdo fez por você?
  • Durante a última semana, dezenas de influenciadores da FinTwit tiveram seus dados solicitados pela CVM. Entre reações de preocupação, indignação e memes, o pedido levantou polêmica entre os usuários
  • Para alguns, a ação sinalizou que a CVM está encurtando a corda em relação aos influencers de finanças

Dezenas de integrantes da Fintwit, comunidade que reúne investidores, influenciadores e profissionais do mercado financeiro no Twitter, relataram ter recebido e-mails referentes a uma solicitação de dados feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à rede social ao longa da semana passada.

Entre reações de preocupação, indignação e memes, o pedido da CVM levantou polêmica entre os usuários. Para alguns, a ação sinalizou que o ‘xerife’ está encurtando a corda em relação aos influencers de finanças.

O fato é que muitos deles não têm certificação para dar recomendações de investimentos, mesmo assim, acabam direcionando os investidores a certos produtos financeiros e valores mobiliários. A linha entre fazer uma recomendação de investimento de forma irregular e exercer a liberdade de expressão nas redes é tênue, como explicado nesta matéria sobre influenciadores financeiros.

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Questionada pelo E-Investidor, a CVM confirmou o pedido de dados ao Twitter. De acordo com o regulador, a iniciativa ocorre no âmbito do ‘Plano de Supervisão Baseada em Risco’, da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).

Essa fiscalização acontece de forma bienal, no entanto, é a primeira vez que envolve a atuação de influenciadores digitais no mercado financeiro. No final, a supervisão poderá resultar, ou não, em investigação a influencers específicos.

Um passo importante

Tiago Feitosa, professor consultor de valores mobiliários da T2 Educação, vê a atitude da CVM não só como positiva, mas necessária para o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro.

“A profissão de educador financeiro não é regulamentada, o que significa que qualquer pessoa pode exercer essa atividade, tendo conhecimento. E muitas delas acabam optando por usar a internet, o que é legítimo, dado a falta de educação financeira que temos no Brasil”, afirma Feitosa. “Acontece que para o investidor pessoa física é muito difícil distinguir quando a informação recebida é educacional ou comercial.”

O consultor afirma que muitos influenciadores têm dado recomendações explícitas, sob a justificativa de estar passando um conteúdo educacional. E mais do que atuar de forma irregular, a conduta pode provocar distorções nos preços dos ativos.

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Em outras palavras, o educador financeiro pode usar a influência nas redes para impulsionar uma ação específica e aferir ganho financeiro com isso.

“As regras da CVM existem para evitar que aquele profissional possa se beneficiar das suas recomendações de investimento”, diz Feitosa. “É uma ação necessária para que a gente consiga trazer mais clareza para o investidor saber em quem confiar na hora de tomar qualquer tipo de decisão em relação à informação colhida na internet”, destaca.

Atualmente é possível consultar no próprio site da CVM se um influenciador tem registro na autarquia. Ter o cadastro na autarquia não garante totalmente que aquele profissional está agindo conforme a regulação, mas traz uma margem de segurança maior.

“Aumenta a possibilidade do influenciador tratar as informações (publicadas) dentro das regras, em vez de usá-las em benefício próprio”, explica Feitosa.

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