Publicidade

Mercado

Ações da Vamos (VAMO3) caem 6,3% na Bolsa hoje: investidor deve comprar o papel?

Analistas explicam os motivos para a queda das ações e divergem sobre a compra do papel da companhia

Ações da Vamos (VAMO3) caem 6,3% na Bolsa hoje: investidor deve comprar o papel?
Vamos (VAMO3). Imagem: Adobe Stock

As ações da Vamos (VAMO3) operam em forte queda e lideram as baixas da Bolsa nesta quinta-feira (3). Às 13h34, os papéis da companhia desabavam 6,3%, a R$ 5,66. No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,49%, aos 131.523 pontos.

Segundo Felipe Corleta, sócio da GTF Capital, a queda de hoje acontece após a empresa anunciar uma reestruturação importante, cortando a operação de locação das concessionárias de veículos pesados. Para ele, isso pode fazer com que haja movimentos bruscos no ativo. “Além disso, a alta do petróleo que segue a escalada do conflito entre Irã e Israel é muito ruim para o setor de logística”, argumenta.

Ele também afirma que as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o fiscal estão pesando muito nas ações do mercado interno. “Ele criticou a transparência das contas públicas e disse que o Brasil precisa de um choque fiscal se quiser juros mais baixos”, aponta Corleta.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Na visão de Hulisses Dias, especialista em finanças e investimentos, todas essas questões macroeconômicas tendem a fazer com que os juros fiquem em um patamar elevado por um longo período, tendendo a fazer com que empresas de pequena capitalização (small caps) sofram na Bolsa. “ Os juros futuros operam em alta por conta da maior incerteza, fazendo o preço das ações caírem, em especial daquelas que dependem de um cenário macroeconômico mais favorável”, aponta.

O investidor deve comprar as ações da Vamos (VAMO3)?

Os analistas se dividem sobre o que o investidor deve fazer com a ação da Vamos. A equipe da Genial Investimentos lembra que, com a reestruturação, a Vamos passa a focar exclusivamente no segmento de locação de caminhões, máquinas e equipamentos, fortalecendo sua atuação e ampliando suas oportunidades de crescimento e diversificação.

A empresa deixa de operar com concessionárias de marcas específicas, facilitando a oferta de produtos e serviços para uma rede mais ampla, consolidando sua posição como a maior locadora de caminhões e equipamentos do Brasil. Os especialistas reforçam também que tanto a empresa de logística quanto a NewCo conseguem atender a demanda de investidores que buscam oportunidades de alocação de capital em segmentos distintos. O modelo de aluguel continuará sendo provido pela Vamos Locação, enquanto a NewCo, junção entre a Vamos Concessionária e Automob, atuará na venda de veículos.

“Outro ponto importante para a Vamos é o ganho significativo em eficiência financeira decorrente do desmembramento do segmento de concessionárias. Esse setor apresenta uma alta necessidade de capital de giro, principalmente devido à demanda por manter estoques consideráveis. Por outro lado, o setor de locação se destaca pela necessidade de capital intensivo, mas oferece um modelo de receita recorrente mais estável. Com a separação da linha de negócios de concessionárias, a companhia de logística poderá aprimorar sua dinâmica de fluxo de caixa, resultando em uma gestão financeira mais eficiente”, dizem Ygor Bastos e Kaique Rocha, que assinam o relatório da Genial.

A dupla de analistas se mantém otimista com as ações da Vamos mesmo com o cenário macroeconômico adverso para a empresa do setor de logística. A Genial Investimentos tem recomendação de compra para a ação com preço-alvo de R$ 12,40 para os próximos 12 meses, uma potencial alta de 105,6% na comparação com o fechamento de quarta-feira (2), quando a ação encerrou o pregão a R$ 6,03.

Publicidade

Já os outros dois especialistas são mais receosos e dizem que o papel não está atrativo para o investidor mais tradicional. Hulisses Dias comenta que os juros devem permanecer em patamares elevados por bastante tempo, o que é negativo para small caps e empresas ligadas ao consumo discricionário. “Nesse ambiente, as melhores alternativas são empresas pagadoras de dividendos e que se beneficiam dos juros altos, como seguradoras, bancos e elétricas” alerta o especialista.

Já Corleta afirma que o papel da Vamos é uma ação de alto risco, do grupo Simpar, que é bastante alavancado. Na visão dele, todas as empresas do grupo negociam em múltiplos de preço de receita muito atrativos, mas a alta nas taxas de juros pesa muito em função da dívida. “É uma ação destinada a investidores arrojados que esperam uma melhora do quadro macroeconômico no Brasil”, salienta.

Cabe ao investidor decidir se vale a pena comprar a ação da Vamos (VAMO3) em busca de ganhos de até 105,6% em meio à grande volatilidade que o papel deve apresentar no mercado com as questões macroeconômicas e o endividamento da empresa.