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Telefônica Brasil (VIVT3): redução de capital impacta distribuição de dividendos?

A Anatel aprovou o pedido feito pela companhia em fevereiro para a redução de até R$ 5 bilhões

Telefônica Brasil (VIVT3): redução de capital impacta distribuição de dividendos?
Sede da Vivo em São Paulo. (Foto: Nacho Doce/Reuters)
  • A notícia influenciou na performance das ações da dona da Vivo que encerraram o pregão desta segunda-feira com uma alta de 2,33%
  • Na avaliação de analistas, a aprovação é positiva porque a redução do capital deve aumentar a remuneração aos seus acionistas

As ações da Telefônica Brasil (VIVT3) ganharam os holofotes do mercado após a autorização do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a redução de até R$ 5 bilhões do seu capital social. O pedido havia sido feito pela dona da Vivo em fevereiro deste ano e a aprovação foi concedida apenas na última sexta-feira (15).

Com a notícia, após ser divulgada por meio de fato relevante neste domingo (17), as ações da telefônica encerraram o dia com uma valorização de 2,33%. A performance acentuou ainda mais a tendência de alta do papel que acumula ao longo deste ano uma alta de 22%.

Na prática, a medida deve implicar na prática em um aumento na remuneração aos acionistas por meio da distribuição de dividendos. Segundo a Guide Investimento, as estimativas para os dividend yields (DY) para a companhia eram de 6,6% para este ano, 8% para 2024 e 8,1% para 2025. Com a redução do capital em R$ 5 bilhões, o DY pode chegar a 8,8%, 10,3% e 10,4%, respectivamente, caso haja uma distribuição homogênea da totalidade dos R$ 5 bilhões entre os 3 anos.

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“Na nossa visão a aprovação da redução de capital é positiva, uma vez que permite à companhia aumentar o nível de remuneração ao seu acionista, um dos principais aspectos visados pelos investidores ao se aportar em uma empresa de Telecom madura, em um momento em que atua com forte geração de caixa”, diz Mateus Haag, analista da Guide Investimentos.

O pedido de redução do capital social tornou-se uma alternativa para a empresa aumentar a sua rentabilidade a partir da redução do seu patrimônio líquido no mercado. “A empresa possuía um caixa maior do que precisava para manter a operação de pé. Como a rentabilidade (Retorno sobre Patrimônio Líquido – ROE)  é uma relação da lucratividade pelo patrimônio líquido da empresa, quanto maior o patrimônio, menor será a rentabilidade”, diz José Eduardo Daronco, analista da Suno Research.

Desta forma, as projeções com a redução do capital social devem aumentar o dividend yield da empresa, na avaliação da Suno, para 9% neste ano. Já a Genial Investimentos acredita que a aprovação não deve ter impacto na remuneração aos acionistas para este ano. No entanto, projetam que o DY pode ficar entre 11% a 12%.

Vale a pena o investimento?

O aval da Anatel reforçou ainda mais a percepção de alguns analistas sobre a oportunidade de investimento que a companhia oferece aos investidores, principalmente para aqueles que possuem uma carteira voltada para dividendos.

Segundo Matheus Nascimento, analista da Levant Corp, a companhia possui um histórico de ser uma boa pagadora de dividendos e, nos últimos anos, realizou investimentos consideráveis, como a implementação da rede 5G e aquisição de uma parcela dos negócios da Oi.

“Em nossa visão, observamos o valuation da companhia a níveis atrativos, negociando a 1,07x até fim deste ano e 1,09x em 2024″, destaca Nascimento. Com essa perspectiva, a Levante recomenda a compra dos papéis da dona da Vivo. A Genial Investimentos e o BTG Pactual também possuem a mesma posição e estabelecem um preço-alvo de R$ 55 e de R$ 48, respectivamente.

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