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Credit Suisse: por que as ações despencam 60% após venda ao UBS?

O Credit Suisse foi vendido ao UBS por US$ 3,25 bilhões após intensas negociações do fim de semana

Credit Suisse: por que as ações despencam 60% após venda ao UBS?
(Foto: Reuters/ Denis Balibouse)
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  • Desde a semana passada, o mercado acompanha os desdobramentos da crise financeira do Credit Suisse que ganhou notoriedade após o seu principal acionista negar ajuda
  • Com uma solução para evitar uma crise sistêmica na Europa, o UBS concordou em comprar o seu rival para evitar danos ainda maiores ao mercado
  • No entanto, a aquisição deve repercutir de forma negativa para os resultados do UBS nos próximos anos em virtude das incertezas do tamanho do problema do Credit Suisse

As ações do Credit Suisse amanheceram nesta segunda-feira (20) em queda após o anúncio da compra pelo UBS durante o fim de fim de semana. Há pouco, os papéis derretiam 56,8%, cotados a US$ 0,85, enquanto o UBS registrava queda de 0,58%, cotados a US$ 18,40. Os BDRs (título emitido no Brasil que representa uma ação de companhia aberta sediada no exterior) negociados da Bolsa brasileira também acompanharam o mesmo desempenho do mercado europeu. No fim da manhã desta segunda, por volta de 12h, os papéis do Credit Suisse caíram 31,8%, sendo negociados a R$ 3,6 na B3.

O pessimismo logo após a conclusão da venda do Credit Suisse se deve às condições em que o acordo foi realizado. Isso porque o UBS não tinha interesse em adquirir o Credit Suisse devido ao alto risco que a instituição financeira oferece à companhia.

“O UBS não sabe direito os problemas do Credit Suisse. Então, quando você compra um banco, há uma incerteza enorme porque não se conhece a qualidade dos créditos que o banco possui. Portanto, trata-se de uma aquisição de altíssimo risco ao ponto de afetar os resultados do UBS”, diz Marcelo Cabral, CEO da Stratton Capital. Com essa perspectiva no radar dos investidores, as ações do UBS também iniciaram a semana no vermelho.

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Por volta das 9h30, horário de Brasília, os papéis do banco caíam 4,7%, sendo negociado a 16,30 francos suíços. No entanto, as perdas se reverteram em ganhos com o mercado mais “calmo” em relação à crise bancária. Às 12h30, os papéis avançavam 2%, cotados a 17,46 francos suíços. Os BDRs da instituição financeira também acompanharam esse movimento. Durante o mesmo período, as ações subiam 2,46%, negociados na B3 a R$ 99,46.

“Óbvio que o mercado está precificando esse risco porque trata-se de uma aquisição de um ativo “podre” e que não vai melhorar os resultados do UBS nos próximos anos”, acrescenta. No entanto, a alternativa era inevitável diante do risco que a crise financeira do Credit Suisse poderia causar para o sistema financeiro da Europa.

Segundo Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, permitir a falência do banco concorrente poderia transferir a crise de confiança do Credit Suisse para o UBS e trazer efeitos ainda piores. “Teria um problema ainda maior a ser resolvido”, diz Pacheco. Por outro lado, ele enxerga que o UBS pode se beneficiar de algum modo com esta aquisição. “O Credit Suisse tem uma carteira de clientes na Ásia que é similar as ambições do UBS para a região”, acrescentou.

A combinação das duas empresas suíças vai resultar em um banco com mais de US$ 5 trilhões em ativos no mundo. O Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país), a FINMA, principal autoridade de supervisão financeira do país, e o Departamento Federal Suíço de Finanças foram os agentes quem iniciaram as conversas e apoiam a transação, conforme comunicado. “Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, este é um resgate de emergência”, disse o presidente do Conselho de Administração do UBS, Colm Kelleher, em comunicado à imprensa sobre a aquisição.

De acordo com ele, a transação estruturada vai preservar o valor deixado do Credit Suisse, mas limitará a “exposição negativa” do UBS após as crises enfrentadas pelo banco adquirido. Os negócios de banco de investimento combinados representam aproximadamente 25% dos ativos ponderados pelo risco do grupo, uma das áreas questionadas por investidores pela parte do banco adquirido.

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