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A Usiminas (USIM5) reportou um prejuízo líquido de R$ 117 milhões no quarto trimestre de 2024, uma reversão do lucro líquido de R$ 185 milhões do mesmo período do ano passado. O prejuízo aconteceu em meio às perdas cambiais de R$ 233,2 milhões no período. Para analistas do mercado financeiro, o número apresentado foi em linha com o esperado e as projeções até animam. Mas a grande maioria continua receosa com o papel.
Às 16h54, as ações da Usiminas subiam 0,68%, a R$ 5,91. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 2,67%, a 128.232,57 pontos. Para os analistas do Goldman Sachs, a lucratividade do aço da Usiminas tem ficado para trás em função de anos de estratégia com pouca clareza.
Afirmam que o negócio de aço mostrou apenas uma recuperação leve com melhor custo, mas as margens gerais de 6% continuam bem abaixo dos níveis normalizados. “Fomos encorajados a ver a orientação da gerência para melhora de custo no primeiro trimestre de 2025, apesar do potencial impacto negativo do real mais fraco”, dizem Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques, que assinam o relatório do Goldman Sachs.
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A equipe da XP Investimentos comenta que o resultado da Usiminas também foi impactada por uma precificação do aço abaixo do ideal, embora o valor tenha melhorado em relação ao terceiro trimestre de 2024. Na comparação entre o quarto trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2023, o preço do aço recuou 2%. “Para Mineração, o volume de vendas de minério de ferro caiu 4% na comparação com o terceiro trimestre de 2024 com o quarto trimestre de 2024, devido à depreciação do real e aos preços de referência”, declaram Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.
Para o BTG Pactual, o custo por tonelada permaneceu estável em R$ 5.180 por tonelada, o que auxiliou o resultado operacional – visto que o banco estimava um custo 3% maior que o registrado. Os analistas observam que, no geral, o volume de produção da Usiminas foi fraco, mas que a eficiência operacional melhorou. Ainda assim, o Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 366 milhões, 9% abaixo do esperado pelo BTG.
Usiminas deve melhorar em 2025, mas cenário é incerto para a ação
Os analistas do Itaú BBA concordam que os números gerais estavam em linha com as expectativas do mercado, com uma melhora sequencial nos resultados da Usiminas em mineração, mais do que compensando um leve declínio no aço. “É importante ressaltar que a empresa prevê uma alta sequencial nos resultados no primeiro trimestre de 2025, impulsionada principalmente por maiores preços de aço realizados, volumes mais fortes e custos mais baixos”, explicam Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, que assinam o relatório do BBA.
A XP Investimentos diz que a Usiminas também atualizou seu guidance (projeções) de investimentos para 2025, que deve ficar entre R$ 1,4 e R$ 1,6 bilhão (de R$ 1,1 bilhão em 2024), o que a corretora considera como sob controle. “Vemos a divulgação do quarto trimestre como um resultado positivo para as ações, mas ainda mantemos a recomendação neutra para a ação”, explicam Laghi, Nippes e Urbano.
A XP Investimentos tem recomendação neutra para a ação USIM5 com preço-alvo de R$ 10 para o fim de 2025, alta de 70,3% na comparação com o fechamento de quinta-feira (13), quando a ação encerrou o pregão a R$ 5,87. O BTG também tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8 para o fim de 2025, alta de 36,3% em relação ao fechamento de quinta-feira.
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Os analistas acreditam que, embora a empresa esteja melhorando, a visibilidade sobre a próxima recuperação dos lucros continua fraca. “A empresa já aumentou totalmente a produção do seu Alto-Forno 3 e capturou a maioria dos ganhos de produtividade. No entanto, a recuperação da lucratividade foi um pouco manchada por outros problemas (como Cubatão e fraqueza do minério de ferro)”, argumentam Leonardo Correa e Marcelo Arazi, que assinam o relatório do BTG.
O Itaú BBA classifica o papel como Market Perform, desempenho dentro da média do mercado, que é equivalente à recomendação neutra. O preço-alvo é de R$ 7 para o fim de 2025, crescimento de 19,3% em relação ao último fechamento. Já o Goldman Sachs é o único a recomendar compra. Os analistas calculam que o papel deve encerrar 2025 cotado a R$ 8, alta de 36,3% em relação ao fechamento de quinta-feira (13).
“Vemos que o papel está atrativo devido às nossas estimativas de preços com base em múltiplos de negociação do papel. Ainda assim, vemos alguns riscos de aportar na ação, como exportações maiores do que o esperado da China, o que pode levar a um cenário mais competitivo no Brasil para preços e volumes. Além disso, se o cenário macroeconômico melhorar no Brasil mais rápido do que o esperado, o real pode se tornar mais forte em relação ao dólar, podendo colocar pressão negativa nos preços domésticos do aço e impactar negativamente a lucratividade da Usiminas”, explicam Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques.
A recomendação é para que o investidor não compre Usiminas (USIM5) no momento, pois os riscos estão elevados. Ainda assim, mesmo que a recomendação seja de cautela, o Goldman Sachs lembra dos riscos antes de o investidor fazer qualquer aporte.
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