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Como a Warren planeja usar o seu novo aporte de R$ 120 milhões

Corretora aposta em novas tecnologias e 'investimento sem conflito de interesse'

Como a Warren planeja usar o seu novo aporte de R$ 120 milhões
Marcelo Maisonnave, Tito Gusmão, Kelly Gusmão,Rodrigo Grundig e André Gusmão são sócios da Warren Brasil. Foto Divulgação/Warren
  • Corretora recebeu aporte de R$120 milhões e planeja investimentos em tecnologia
  • Para o CEO, o apostar em tecnologia é crucial para que corretoras se mantenham competitivas no mercado
  • A Warren utiliza o modelo 'fee-based', em que a remuneração dos assessores vem do crescimento do patrimônio dos investidores, não da indicação de produtos de investimento

No meio de uma grave crise sanitária e econômica, a corretora Warren conseguiu um grande feito. Liderada pelo fundo de venture capital QED Investors, que também já aplicou em empresas como Nubank e Loft, a segunda rodada de investimentos na fintech resultou em um aporte de R$120 milhões – e os recursos já têm destino certo.

“Vamos injetar dinheiro em crescimento, principalmente em tecnologia e ampliação do nosso time”, afirma Tito Gusmão, CEO de Warren Brasil. A corretora contratou cerca de 100 colaboradores durante o primeiro semestre do ano e planeja contratar pelo menos mais 80 nomes para os próximos meses. “Desses, a maioria é da área da tecnologia.”

O executivo conta que a nova plataforma de investimentos de Warren, a Warren 3.0, já está em fase de testes e os novos recursos chegam para impulsionar ainda mais o projeto. Entre as novidades estão o acesso direto à Bolsa sem taxa de corretagem, produtos de seguros e um fluxo de previdência mais eficiente para o usuário.

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“Isso tudo implica em muito investimento em tecnologia e conectividade”, disse o CEO. “O Brasil carece de boas experiências na hora de investir, as plataformas são difíceis de lidar”, afirma.

Atualmente, um número limitado de clientes já está usando a versão beta da Warren 3.0, mas já existe uma fila de espera com 100 mil interessados no acesso. Para o executivo, ter tecnologia de ponta é justamente o que vai fazer corretoras, gestoras e instituições financeiras se destacarem na nova conjuntura de juros baixos.

“Antes, com as taxas de juros a 14% dava pra ter muita ineficiência, dava para fazer tudo de errado para o cliente no ponto de vista operacional”, afirma. “Agora, se você não é eficiente, não consegue oferecer soluções, você está morto no mercado. E eficiência é sinônimo de tecnologia”, disse.

Outro destino do aporte milionário seria em aprimoramentos na plataforma Warren for Business, feito para planejadores financeiros, gestores de patrimônio e consultores de investimento, e a expansão dos atendimentos presenciais.

“A corretora tem espaços físicos nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Jaraguá do Sul, Itajaí, Blumenau e Florianópolis”, afirma Gusmão. “Queremos ampliar para mais cinco cidades, pensamos principalmente em Rio de Janeiro e Belo Horizonte.”

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Além do QED Investors, participaram da rodada o fundo Ribbit, do Vale do Silício, o fundo argentino Kaszek Ventures, e os gaúchos de gestora Chromo Invest. Todos os três já haviam aplicado anteriormente na Warren. A novidade ficou por conta do MELI Fund, WPA e Quartz, que chegaram para engordar o aporte milionário.

Discussão sobre conflito de interesse

Durante as últimas semanas o embate entre o banco Itaú e a corretora XP Investimentos deu o que falar em relação ao suposto conflito de interesse gerado pelo modelo de remuneração oferecido aos agentes autônomos de investimento.

No modelo da XP, o “commission-based”, os agentes são remunerados com valores diferentes para cada tipo de produto de investimento oferecido, o que pode provocar distorção na relação entre assessor e cliente.

“Via de regra, (nesse modelo) você vai receber a indicação de um produto de investimento que dá uma comissão maior para quem está vendendo”, pontua Gusmão. “E XP e Itaú possuem conflito de interesse. Por mais que a propaganda diga que não, a indústria de investimentos no Brasil é assim, desalinhada.”

Desde a sua fundação, a Warren utiliza o modelo “fee-based”, que faz contraponto ao modelo de comissão por produto de investimento. “A nossa remuneração é feita em cima do crescimento do patrimônio dos clientes”, conclui. Dessa forma, quanto mais o cliente ganha, mais a corretora ganha.

O fee-based é o modelo mais utilizado no exterior, mas não é muito comum no Brasil. “Já existe aqui, mas é acessado apenas pelos super ricos, como os donos das corretoras e os donos dos bancos”, disse.

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Hoje, nenhum dos produtos de Warren possui taxa de gestão. Toda a remuneração vem por meio de porcentagem cobrada anualmente em cima do patrimônio dos investidores. “O que os super ricos têm acesso, a gente democratiza e distribui para todos.”

Crescimento em meio à pandemia

A queda da Selic para 2,25% afetou a rentabilidade da renda fixa e motivou investidores a procurar novos tipos de aplicação. Só no primeiro semestre do ano, a B3 registrou um salto de 44,69% no número de novos investidores pessoas físicas, chegando a 2,64 milhões de CPFs em junho.

Essa busca por novas aplicações também teria sido um dos combustíveis para o crescimento da Warren no primeiro semestre. Entre janeiro e junho, a corretora dobrou o patrimônio sob gestão, que agora é estimado em cerca de R$2 bilhões de ativos, e o número de clientes chegou a 130 mil.

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