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- A XP pontua que comprar uma ação apenas pela intensidade da depreciação é uma análise extremamente superficial e perigosa
- Os analistas também recomendam que, no meio de tanta incerteza, o investidor não sucumba aos encantos de acertar “a bola da vez”
As últimas semanas tiveram fortes perdas em muitos ativos nos principais mercados e volatilidade muito elevada. O VIX, índice de volatilidade da Bolsa Americana, também conhecido como o índice do “medo”, está perto de mais de 10 pontos percentuais acima da média dos últimos 10 anos, de 17,8%.
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Nesse contexto, os analistas da XP publicaram hoje um relatório com uma série de recomendações para os investidores no Brasil.
A primeira delas é não tentar “ser herói” e “não compre um ativo apenas porque ele ‘caiu demais'”. Essa tendência acontece muitas vezes pela sensação de o papel ter ficado barato e também por ver grandes investidores aproveitando o que consideram “barganhas” no mercado, como é o caso do gestor de fundos americano Warren Buffett em reportagem publicada hoje. A Berkshire Hathaway, de propriedade de Buffett, aplicou dezenas de bilhões de dólares nos últimos dois meses, após encerrar 2021 com caixa próximo de nível recorde, na compra de ações que se desvalorizaram muito.
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A XP pontua que comprar uma ação apenas pela intensidade da depreciação é uma análise extremamente superficial e perigosa. “Traz uma série de vieses, como o viés da ancoragem e o viés da ‘recência’, onde os investidores miram os preços recentes de um ativo e não as perspectivas futuras daquele ativo”, escrevem os analistas.
“Bear market”
Outro cuidado é com os movimentos de forte alta – ou ralis, como se diz no jargão do mercado – durante um “bear market”, expressão que aponta a tendência de baixa no mercado. “Durante o crash da internet em 2000, o Nasdaq teve 16 ralis durante o período, com uma média de performance de +22,7%. Porém, durante toda a queda, o índice acabou caindo 78% até chegar em um fundo em 2002. Portanto, em vez de tentar adivinhar o “fundo” nos mercados, melhor é manter a sua estratégia durante os períodos de maior turbulência”.
Manter Caixa
Outra recomendação dos analistas é manter caixa (recursos em aplicações conservadoras e alta liquidez) tanto para “cobrir a reserva de emergência quanto para poder aproveitar as oportunidades que aparecem no meio do caminho”.
“No Brasil atualmente, manter um caixa mais alto que o normal não é uma má ideia, pois a rentabilidade da renda fixa pós fixada está próxima de 13% ao ano. Nos países onde os juros ainda são muito baixos, manter um caixa elevado tem um custo de oportunidade maior, mas não no Brasil”, diz o relatório.
Os analistas também recomendam que, no meio de tanta incerteza, o investidor não sucumba aos encantos de acertar “a bola da vez”. “O investidor que está constantemente mexendo em toda a sua carteira tentando acertar qual ativo terá a melhor performance naquele momento corre dois riscos claros. Além do custo de transação aumentar, esse investidor corre o risco de estar sempre atrasado, e investindo no melhor ativo do momento no pico de preços”, escrevem os analistas da corretora.
Para quem não consegue manter a calma diante de tanto vaivém na carteira, a orientação é mirar um horizonte de longo prazo, “algo difícil de fazer” para muitos e, enquanto isso, “elevar o caixa com investimentos na renda fixa pós-fixada”.
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