A maior parte dos investidores locais está posicionado em quatro ações do setor financeiro: Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11), Nubank (NUBR33) e XP. A afirmação é do BTG e vem após os analistas do banco se reunirem com uma série de investidores em São Paulo e no Rio de Janeiro para levantar as preferências da Faria Lima e do Leblon para este ano.
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No Rio, onde as reuniões aconteceram na semana passada, o Itaú foi um “consenso”, assim como ocorreu em São Paulo. De acordo com o analista Eduardo Rosman, os gestores entendem que após a alta de mais de 40% no ano passado o papel tem menor potencial de valorização neste ano, a menos que a distribuição de dividendos aumente.
As demais escolhas, porém, mudam do Rio para a Capital paulista. Enquanto em São Paulo o BTG pareceu ocupar o “segundo lugar” nas preferências, este posto ficou com o Nubank no Rio. “Nosso foco foi nos resultados e dinâmicas do quarto trimestre, dado que esperamos uma surpresa positiva graças a maiores taxas, crescimento robusto no crédito pessoal e um aumento no financiamento via Pix.”
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Ainda entre os grandes bancos, Rosman relata que os cariocas demonstraram menor otimismo que os paulistas com o Bradesco, que na Faria Lima tem despertado interesse devido a uma combinação entre múltiplos baixos e perspectivas de recuperação de resultados.
Por outro lado, houve mais interesse em discutir e investir nas ações do Banco do Brasil. Na visão do BTG, uma reunião intermediada pela casa com o diretor financeiro da BB Seguridade (BBSE3), Rafael Sperendio, há algumas semanas ajudou a reduzir os temores de perdas do banco com a carteira de agronegócios, em um ambiente de eventos climáticos extremos.
Contrariedade com a oferta
O setor de bancos digitais, no geral, despertou interesse na capital fluminense, com uma grande quantidade de acionistas do Inter. Este grupo demonstrou contrariedade com a oferta de ações feita pelo neobanco neste mês. “Quase todos os investidores consideraram difícil encontrar qualquer benefício: não houve investidores estratégicos, a liquidez não deve mudar significativamente e houve uma alta diluição a preço desfavorável”, diz Rosman.
Entre os nomes relacionados ao mercado de capitais, o analista afirma que os investidores cariocas reconheceram em reunião os bons números do BTG, mas consideraram que o múltiplo, de 3 vezes o valor patrimonial, é uma barreira para a montagem de posição. No setor, o interesse na XP foi mais alto que em São Paulo. “Embora aparentemente haja um baixo otimismo com os resultados no curto prazo, há uma expectativa coletiva de recuperação cíclica, provavelmente com resultados atrasados, e os múltiplos parecem atrativos”, afirma o relatório.
Empresas de maquininhas
Rosman relata ainda que houve mais interesse em discutir as empresas de maquininhas. “A perspectiva para a Stone (STOC31) foi especialmente positiva, graças às expectativas melhores para os negócios de crédito e serviços bancários, percebidos como uma significativa oportunidade de lucro por investidores mais otimistas”, escreve.
Houve maior hesitação com o PagBank (PAGS34). No caso da Cielo (CIEL3), a demanda por discutir a tese foi menos frequente que em São Paulo, mas o interesse aumentou nas últimas reuniões do giro, com muitos investidores especulando que o Bradesco, em sua virada operacional, pode buscar uma maior integração entre a companhia e seu canal de atendimento a pequenas e médias empresas.
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Este movimento seria inspirado pela integração da rede aos canais do Itaú, que a controla. Entretanto, a Cielo tem capital aberto e além do Bradesco (BBDC4) tem o BB em seu bloco de controle.