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Como investir em ações da Amazon. Vale a pena?

Concorrência praticamente nula e caixa farto para novos projetos são indicativos positivos aos acionistas

Como investir em ações da Amazon. Vale a pena?
Logo da Amazon (REUTERS/Pascal Rossignol)
  • Ações da empresa atingiram máximas históricas em 2020, no auge da crise do coronavírus
  • Em 2019, a Amazon se tornou a marca mais valiosa do mundo, segundo ranking feito pela Kantar
  • Desde o início de 2020, os papéis da companhia tiveram pouco mais de 20% de valorização

(Isadora Rupp/ Especial para o E-Investidor) – Nos 90 dias iniciais da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Brasil registrou um aumento de 71% das vendas pela internet, segundo dados do movimento Compre&Confie. Quem não operava pela internet precisou correr para dar um jeito e ganhar alguma receita em períodos de isolamento social. Os e-commerce estruturados viram suas vendas explodirem, sobretudo as grande bigtechs, em especial a Amazon, que cresceu na pandemia e viu suas ações se valorizarem mais de 20% desde o começo de 2020. O seu CEO e fundador, Jeff Bezos viu sua fortuna aumentar de US$ 65 bilhões para US$ 179 bilhões. Um crescimento de 58%, de acordo com cálculos da American for Tax Fairness (ATF), que utilizou dados da Forbes na análise.

Fundada em 1994 por Bezos, que, antes disso, atuou por quase 10 anos em Wall Street, o e-commerce iniciou focado na venda de livros. Hoje, a Amazon é transnacional: atua em 15 países (na Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul e Oceania) e opera uma gama ampla de produtos dentro do comércio eletrônico, além de desenvolver computação em nuvem, inteligência artificial e streaming. Agrada ainda o fato da entrega da Amazon ser extremamente ágil, um dos fatores de encantamento dos clientes.

Entender a importância de identificar o comportamento dos clientes muito antes dos concorrentes é um dos fatores que ajudou a Amazon se tornar uma gigante dentro das bigtechs. Quem tem um de seus produtos mais famosos – o Kindle, leitor digital lançado em 2007 – sabe o quão certeiro é o algoritmo ao criar uma conectividade com o cliente e, por consequência, impulsionar vendas. Criar novos produtos e frentes de atuação – como o Amazon Prime Vídeo, serviço de streaming que também oferece vantagens para compras no e-commerce – é outra característica forte.

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Outro fator que permitiu a Amazon sair em vantagem na pandemia foi o fato de ela ser dona da rede de supermercados Whole Food Market. A empresa precisou inclusive fazer uma lista de espera para os novos clientes que queriam fazer supermercado on-line, tamanha demanda.

Varejo do futuro

A união de tecnologia com varejo é o que torna a Amazon imbatível e promissora aos investidores. A estrutura logística complexa, com muitos armazéns de produtos, funcionários e caminhões, é um bom indicativo ao investidor, diz o analista de investimentos Ernani Reis, mesmo que seja uma operação cara. “O mercado continua seguindo os passos da Amazon. Muitas empresas no Brasil vem se inspirando no caminho dela”.

O posicionamento de Bezos frente à pandemia, que vem destacando os esforços da organização para manter a operação da maneira mais segura possível, vem impactando o mercado de maneira positiva. E nem mesmo o envolvimento da Amazon em episódios de funcionários de armazéns da empresa, que protestaram quando houve contaminação e até mortes de trabalhadores por covid-19 abalaram o desempenho. Em janeiro, uma ação da Amazon valia US$ 1.892. Hoje, está em US$ 2.961, sendo que registrou uma alta histórica no dia 10 de julho, quando bateu US$ 3.200. Nada mal para quem começou na Bolsa de Valores em 1997, com ações negociadas a US$ 18.

O estrategista de investimentos Marco Saravalle acredita que empresas com ponta em varejo, como a Amazon, devem seguir apresentando bons resultados no mercado em curto prazo. “Ela está sabendo surfar muito bem a onda de distanciamento social, e deve sair mais forte desse período. Tem se mostrado muito resiliente e criativa em atender esse novo momento que estamos vivendo. A Amazon e outras bigtechs também têm muito caixa, e devem fazer recompra de ações. O que sustenta o patamar de preços e traz uma valorização”.

Como investir?

Os caminhos para ser acionista apenas da gigante Amazon estando no Brasil são dois: por BDRs (Brazilian Deposit Recipts), certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas do exterior, ou abrindo conta em uma corretora no exterior. A segunda opção é mais viável para quem tem um capital menor para investir, pois os BDRs são permitidos somente para investidores qualificados, que tem mais de R$ 1 milhão em investimentos ou são profissionais.

Na opinião de Marco Saravalle, a estratégia mais interessante para brasileiros é optar por fundos que acompanhem a bolsa americana, ou, que componham várias ações de tecnologia. “Nós brasileiros dificilmente seremos estrategistas que vamos entender bem de Amazon, Google ou outras. Minha recomendação é fazer essa diversificação, para mitigar o risco”.

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