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Campanha de Joe Biden proíbe equipe de negociar ações individuais na Bolsa

Segundo analistas, movimento é inédito entre candidatos à presidência dos EUA

Campanha de Joe Biden proíbe equipe de negociar ações individuais na Bolsa
Joe Biden segura uma lista de possíveis candidatos a vice durante evento de campanha em Washington: recado ético a Donald Trump. (Andrew Caballero-Rolden/ AFP)
  • Comitê de Biden quer evitar que sua equipe opere em Wall Street com base em informações privilegiadas
  • Medida é contraponto ético a conflitos de interesses que marcam a relação entre o presidente Donald Trump e seus negócios
  • Quatro senadores americanos foram investigados por negociar ações com informações não públicas sobre a pandemia de coronavírus

(Bloomberg) – A campanha de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos está proibindo seus integrantes de negociar ações individuais sem a aprovação do conselho geral da campanha, de acordo com um e-mail enviado pelo principal advogado do candidato democrata à equipe na segunda-feira, 27, à tarde.

O consultor geral de Joe Biden, Dana Remus, escreveu em um e-mail para a equipe, obtido pela Bloomberg News, que a campanha está atualizando seu manual de funcionários para “garantir que os funcionários não operem inadvertidamente com informações não públicas”. A regra diz que os integrantes da campanha não podem negociar ações “sem a aprovação prévia por escrito do Conselho Geral” e permanecerá em vigor até 14 de dezembro de 2020, data em que o colégio eleitoral votar.

Uma proibição de negociação de ações é incomum para campanhas presidenciais, e especialistas dizem que Biden provavelmente é o primeiro grande candidato a instituir tal política. Hillary Clinton, a mais recente candidata democrata à presidência, não tinha uma política semelhante em vigor e a campanha de Donald Trump não anunciou uma política semelhante. A campanha do presidente não respondeu aos pedidos de comentário.

Medida é contraponto ético a Donald Trump e seus conflitos de interesse

A campanha de Biden disse que a nova política fazia parte de um esforço para seguir “os mais altos padrões éticos”.

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“Donald Trump está fazendo milhões de dólares com dinheiro dos contribuintes direcionados para sua empresa”, disse o porta-voz Bill Russo em comunicado. “Quando nos preparamos para nos tornar oficialmente nomeados pelo Partido Democrata, levamos um momento para garantir que as políticas de nossa campanha representem os mais altos padrões éticos”.

Especialistas em ética disseram que não poderiam apontar nenhum outro candidato político que impedisse os funcionários de negociar ações individualmente e que a política marca um contraste dramático com o governo Trump, que foi criticado por desrespeitar as regras de ética.

Donald Trump, presidente dos EUA
O presidente Donald Trump, candidato a mais quatro anos de Casa Branca. (Carlos Barria/ Reuters)

“Normalmente, vemos um presidente vencedor começar a impor restrições éticas durante uma transição, mas acho que isso é sem precedentes”, disse Paul S. Ryan, vice-presidente de políticas e litígios da Common Cause, um órgão de controle do governo apartidário. “A política da campanha de Biden é uma lufada de ar fresco depois de mais de três anos de um governo Trump envolvido em conflitos de interesses”.

Larry Noble, ex-consultor geral da Comissão Federal de Eleições, elogiou a nova política, dizendo que os funcionários da campanha de Biden provavelmente terão acesso a informações que possam afetar ações.

“Isso ajuda a impedir o uso de informações privilegiadas e os acostuma à ideia de que, se eles entrarem no governo, terão que obedecer a essas regras”, disse ele.

Senadores foram investigados por lucrar na Bolsa graças a informações sobre a pandemia

A política atualizada surge quando membros do Congresso são criticados por negociar ações no início da pandemia de coronavírus. O Departamento de Justiça está investigando as negociações feitas pelo senador Richard Burr (Republicano, Carolina do Norte), pouco antes de o mercado de ações cair em reação ao coronavírus quebrar a economia. As investigações sobre negociações feitas pelos senadores Kelly Loeffler (Republicano, Geórgia), Jim Inhofe (Republicano, Oklahoma) e Dianne Feinstein (Democrata, Califórnia) foram retiradas.

Campanha de Biden orientou funcionários a excluir o TikTok dos celulares

Joe Biden, candidato a presidente dos EUA
Joe Biden: sem TikTok na campanha nem nos celulares da equipe. (Andrew Caballero-Rolden/ AFP)

No mesmo memorando, a campanha de Biden instruiu seus funcionários a excluir o TikTok, o aplicativo de mídia social de propriedade chinesa, de seus telefones pessoais e profissionais por causa de questões de segurança e privacidade. Remus disse aos membros da equipe para “abster-se de baixar e usar o TikTok no trabalho e em dispositivos pessoais”.

A campanha de Biden não tem presença oficial no aplicativo, sobre o qual políticos e especialistas em segurança levantaram preocupações sobre segurança cibernética. O Comitê Nacional Democrata e o Comitê Nacional Republicano alertaram seus candidatos e funcionários sobre o uso do aplicativo de mídia social de propriedade chinesa.

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